domingo, 7 de agosto de 2011

Médicos portugueses ajudam a melhorar o tratamento da dor em Moçambique

A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), em parceria com a Organização Douleurs Sans Frontières (DSF), está a promover um programa de apoio à formação teórica e prática no tratamento da dor, na República de Moçambique, colaborando com a Unidade da Dor do Hospital Central de Maputo, Unidade de Dor do Hospital Central da Beira, na província de Sofala, e com a Consulta da Dor no Hospital Provincial de Xai Xai, na província de Gaza.

Duarte Correia trata a dor em Moçambique
“Este protocolo de cooperação visa um melhor tratamento da dor e alívio do sofrimento das populações de Moçambique, através da promoção das competências dos profissionais de saúde, e da melhoria dos mecanismos de coordenação entre os interlocutores institucionais e os da sociedade civil”, explica Duarte Correia, presidente da APED
A formação contempla médicos, enfermeiros e técnicos de saúde dos principais hospitais, hospitais distritais e centros de saúde da República de Moçambique. Duarte Correia, que esteve recentemente em missão em Moçambique comenta: “Na província de Gaza instituiu-se uma rede de prestação de cuidados ao domicílio para avaliação e tratamento da dor. Nesta província estas formações têm abrangido os voluntários (activistas) das associações locais, médicos tradicionais e curandeiros, interagindo posteriormente na sua actividade diária com os médicos e enfermeiros dos centros de saúde e hospitais rurais e, sendo supervisionados por estes”.
E acrescenta: “Consideramos que o acesso à saúde é um direito fundamental e universal e que é prioritário prestar uma atenção particular às populações mais vulneráveis. Por isso, no âmbito desta parceria, vários profissionais de saúde portugueses têm viajado com regularidade a Moçambique para acompanhar a evolução dos cuidados de saúde no terreno e para dar formação contínua aos profissionais de saúde”.
“O impacto da dor crónica em Moçambique tem de ser avaliado em duas vertentes, uma vez que em Maputo, na Unidade da Dor, a prevalência é semelhante à de uma sociedade ocidentalizada, contrapondo com a das zonas rurais de Gaza e Sofala, onde a prevalência do VIH/SIDA é superior a 20 por cento, com dor neuropática terrivelmente incapacitante, constituindo nalguns locais uma verdadeira calamidade”, refere o médico Duarte Correia.
A Unidade da Dor do Hospital Central de Maputo foi criada em 2007 e é a unidade de referência nacional, constituindo um Serviço autónomo, com a missão de prestar cuidados de saúde aos doentes portadores de dor crónica oncológica e não oncológica, referenciados por médicos dos diversos serviços do Hospital Central do Maputo, das Unidades Sanitárias da Cidade de Maputo e das diversas Províncias do País, aliviando a dor e outros sintomas associados, de modo a atingir o melhor bem-estar possível dos doentes.
A “Douleurs Sans Frontières” é uma organização francesa não-governamental (ONG), com vocação humanitária, que intervém no tratamento da dor. Fundada em 1996 por médicos das estruturas hospitalares francesas, a sua missão é a de promover, incentivar e desenvolver todas as acções que tenham por objectivo o diagnóstico e o tratamento da dor nos países mais desfavorecidos.
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor tem por objectivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor. Para mais informações consulte www.aped-dor.com