sexta-feira, 10 de setembro de 2010

“Compromissos Marítimos” no Museu de Olhão




O Museu da Cidade de Olhão mostra, até ao final do ano, a exposição “Os Compromissos Marítimos no Algarve”, integrada na iniciativa conjunta e pioneira da Rede de Museus do Algarve, “Algarve – do Reino à Região”. A mostra patente em Olhão propõe um olhar sobre as diferentes formas de operar dos Compromissos Marítimos.


As Irmandades ou Confrarias do Corpo Santo, tiveram um forte impacto nas comunidades onde foram criadas, entre elas Olhão, pelo que faz todo o sentido a exposição patente no Museu da Cidade. Aqui conhece-se como operavam as associações de mareantes.

Os Compromissos, mas também o mareante, precisamente, está em grande destaque nesta mostra, expressão que compreende não só o pescador mas toda a classe de profissionais ligados ao mar.

Os Compromissos forneciam aos marítimos e respectivas famílias, médico, cirurgião, sangrador, botica e socorros pecuniários em caso de doença, velhice e indigência. Os associados tinham de contribuir com uma parte dos lucros das suas actividades para a manutenção do fundo que servia para apoio social e outras responsabilidades da associação.

Desde o século XV e até finais do século XVIII, ao longo da costa algarvia foram constituídas várias associações de profissionais ligadas ao mar. Surgem referências à existência de Compromissos em Lagos, Alvor, Portimão, Ferragudo, Albufeira, Quarteira, Faro, Olhão, Fuseta, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Carreiras fluviais: Ligação Faro – Culatra o ano inteiro


Como se pode ver na foto, o barco passa mesmo ao lado do cais e os hangrenses ficam a vê-lo passar. Acreditamos que por pouco tempo.


A paragem no cais do Núcleo dos Hangares, a meio do percurso, entre os núcleos da Culatra e do Farol, segundo a autarquia, ainda 'está a ser avaliada'

Segundo uma nota de imprensa da autarquia farense, que transcrevemos na íntegra, "a partir da próxima segunda – feira, dia 13 de Setembro, vai entrar em funcionamento a ligação entre a Culatra e Faro, que se fará a partir do Cais Comercial".
"Esta medida visa assegurar uma ligação entre Faro – Culatra/Farol que esteja em funcionamento o ano inteiro. Recorde-se que, até este momento, só existia a ligação Faro-Farol durante o verão e que não estava assegurada qualquer tipo de ligação com a Culatra. Deste modo, Faro vai estar ligado às ilhas o ano inteiro.
Trata-se de um passo indispensável para permitir que os alunos culatrenses que frequentam o 3.º ciclo venham estudar para Faro sem terem que, por falta de alternativa, ser encaminhados para escolas de Olhão e para que os moradores das ilhas que trabalham em Faro ou necessitem de aqui vir o possam fazer de modo menos dispendioso.
Por outro lado, a autarquia enquadra esta medida num pacote de intervenções que têm como finalidade criar condições que favoreçam um relacionamento mais estreito entre Faro, as Ilhas Barreira e a Ria Formosa.
Nesse sentido, será também assegurado um interface barco - autocarro através da criação de uma carreira de transporte urbano com partida/chegada ao Cais Comercial com vista a promover melhores condições de acessibilidade à malha urbana da cidade a todos os utentes deste serviço. Este interface garante a articulação entre os 2 meios de transporte, respectivos horários e, em face das necessidades diagnosticadas, compreende uma paragem na Escola Joaquim Magalhães para entrada/largada de passageiros. Os horários estabelecidos acomodam-se às necessidades dos jovens estudantes que passarão o seu quotidiano em Faro.
Os preços praticados serão de 3 € Ida e Volta, 1.5 € viagem única. Para crianças entre os 4 e os 11 anos, 1.8 € Ida e Volta, 90 cêntimos viagem única, e para menores de 4 anos a travessia será gratuita. Refira-se, por outro lado, que para os estudantes residentes nas ilhas e que estudem em Faro, os bilhetes serão também gratuitos
Por último, cumpre informar que está a ser avaliada a possibilidade do transporte fluvial Faro- Culatra/Farol compreender uma paragem no núcleo dos Hangares.

Infra seguem horários dos transportes fluvial e rodoviário.


Transporte Fluvial:


Horários do Transporte Fluvial às Terças-Feiras e Quintas-Feiras

Partida Culatra Farol Faro
Viagem 1 7:10 7:20 7:50
Viagem 2 14:45 15:15 15:25
Viagem 3 16:00 16:10 16:40
Viagem 4 18:00 18:30 18:40


Horários do Transporte Fluvial às Segundas-Feiras, Quartas-Feiras e Sexta-Feiras

Partida Faro Farol Culatra
Viagem 1 7:10 7:20 7:50
Viagem 2 14:45 15:15 15:25
Viagem 3 16:00 16:10 16:40
Viagem 4 19:05 19:35 19:45


Transporte Rodoviário:



Partida Av. República ( terminal EVA) Escola J. Magalhães Cais Comercial
IDA 7:45 ———————— 7:55
VOLTA 8:20 8:05 8:00
IDA 14:20 14:25 14:30
VOLTA 14:50 ———————— 14:35
IDA ( 3ªs e 5ªs) 17:20 17:30 17:40
VOLTA( 3ªs e 5ªs) 18:00 ———————— 17:50
IDA (2ºs, 4ªs e 6ªs) 19:05 19:15 19:25
VOLTA (2ºs, 4ªs e 6ªs) 19:40 ———————— 19:30

EXPOSIÇÃO “FOTÓGRAFOS E FOTOGRAFIA – RETRATOS DE PRESIDENTES” DESPEDE-SE DE FARO COM ENTRADAS LIVRES




Por ocasião da celebração do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portugueses 10 de Junho -, em que Faro foi sede das Comemorações Oficiais, o Museu da Presidência da República inaugurou a exposição “Fotógrafos e Fotografia – Retratos de Presidentes”, a qual está patente no Paço Episcopal (junto ao Largo da Sé) até ao próximo dia 12 de Setembro.
Esta exposição irá despedir-se de Faro oferecendo a todos os farenses e demais visitantes a possibilidade de visitarem este espaço nos dias 11 e 12 de Setembro (Sábado e Domingo) gratuitamente.
Dar a conhecer e valorizar o acervo fotográfico do Museu da Presidência da República é o objectivo desta iniciativa que mostra pela primeira vez ao público os originais de algumas das mais relevantes e curiosas fotografias dos chefes de Estado portugueses.
Num total de quase duas centenas de imagens, e cobrindo um período que se estende de meados do século XIX à actualidade, mostram-se fotografias de estúdio, retratos oficiais e fotos publicadas na imprensa, relativas a vários aspectos da vida pública e privada dos Presidentes da República. Esta exposição é, por isso, um valioso contributo para a história da fotografia em Portugal, tendo servido de pretexto para se recensear, estudar e dar a conhecer o trabalho de mais de 70 fotógrafos e estúdios fotográficos, nacionais e estrangeiros. Estão representados nomes como Alfred Fillon, João Francisco Camacho, Eugène Pirou, Joshua Benoliel, Arnaldo Garcez, Firmino Marques da Costa ou Beatriz Ferreira, já falecidos, ou Eduardo Gageiro e Alfredo Cunha ou do luso descendente Pete Souza, fotógrafo oficial de Barack Obama.
"Fotógrafos e Fotografia – Retrato de Presidentes" apresenta também extractos de entrevistas aos profissionais que, desde 1976, exerceram as funções de fotógrafos oficiais do Presidente da República, tendo por missão acompanhá-lo em todos os actos oficiais. Eduardo Gageiro, Luís Vasconcelos, Alfredo Cunha, Jorge Brilhante e Luís Filipe Catarino – fotógrafo oficial de Aníbal Cavaco Silva – reflectem sobre os momentos mais relevantes dos seus percursos profissionais.
Tratando-se de uma exposição de fotografia centrada na figura dos Presidentes, complementada com registos audiovisuais das suas actividades e dos momentos mais significativos do seu mandato, esta é, também, uma boa ocasião para revisitar alguns dos momentos históricos mais relevantes da República Portuguesa, no ano em que se comemora o seu primeiro centenário.

Cacela Velha - PALAVRAS SOBRE A RIA


Conversa sobre “A praga da tradição oral”
Realiza-se no próximo dia 12 de Setembro em Cacela Velha (entre a Igreja e a Fortaleza), pelas 19 horas, a conversa “A praga da tradição oral” orientada por Carlos Nogueira e com a presença de habitantes de Monte Gordo, onde a tradição se mantém ainda viva.
Sobre a praga da tradição oral
Deveremos bendizer ou maldizer a “praga”, esse texto que toda a gente diz, mesmo que não o admita? Deveremos cultivá-la ou evitá-la? Talvez se deva começar por olhar para a “praga” sem preconceitos; se o fizermos, estaremos a olhar para nós e a compreender-nos melhor.
A “praga”, tal como a conhecemos hoje, é sobretudo um texto que cada um diz de si para si. Costumamos ver na “praga” apenas ressentimento e má-fé, maldade; mas a “praga”, enquanto texto que visa destruir alguém ou alguma entidade, também pacifica e evita equívocos e males maiores.

A “praga” é, ou pode ser, um texto de conhecimento do eu e do outro.

Exemplos de pragas recolhidas em Monte Gordo e na Fuzeta por Luciano Rodrigues (in Revista da ADIPACNA, nº3, 1981)

. Permita Deus que fiques tão magro, tão magro, que possas passar pelo fundo de uma agulha de braços abertos.
. Havia ela de apanhar tanto sol que até se derretesse e fosse preciso apanhá-la às colheres como à banha.
. Não sabia nascer-te um treçolho tão grande, tão grande, que até encobrisse o sol!
. Permita Deus que tenhas de andar tanto que gastes os pés e as pernas até à cintura.
A conversa integra-se no Ciclo “Palavras sobre a ria”. Palavras sobre a ria: como no tempo em que as pessoas se juntavam na rua, vagarosamente, para falar das coisas do mundo... É isso que procuramos recuperar: conversas que juntem memórias e reflexões sobre o futuro, sobre o que perdemos e ganhámos, sobre o que nunca será possível perder por um dia nos ter pertencido.