terça-feira, 4 de agosto de 2009

Faro: SHOPING FECHADO - LOJISTAS NA RUA E CÂMARA À PORTA

A administração do centro comercial Atrium, na baixa de Faro, encerrou hoje as portas, impedindo os acessos aos lojistas, que dizem não ter sido avisados e estão impedidos de aceder aos seus estabelecimentos, agora admitem barricar-se junto às suas lojas e vão apresentar uma providência cautelar contra a administração do espaço comercial.

Na Rua de Santo António, no espaço onde durante várias décadas funcionou o Cine-Teatro Farense, popularmente conhecido por Cinema Santo António, o Atrium, remodelado há cerca de três anos, das 30 lojas iniciais até ontem estava a funcionar apenas com três lojas abertas: Uma joalharia, um quiosque e um café, cujos donos afirmam que foram agora impedidos de aceder aos seus espaços comerciais por um segurança. Há mês e meio já tinham encerrado as duas salas de cinema.A PSP já esteve no local e levantou um auto do caso mas os lojistas ponderam barricar-se junto às suas lojas e avançar com uma acção judicial.
Ainda hoje, em conferência de imprensa no emblemático café-pastelaria Gardy, frente ao Atrium, o presidente da Câmara de Faro anunciou que pretende adquirir o centro comercial através de uma “parceria público-privada e adaptar o espaço com uma área cultural e outra comercial – e já há interessados”, para uma proposta que pode avançar até ao final de Agosto. “A Câmara não está aqui para salvar um mau negócio. A câmara decidiu intervir e há cerca de três meses que tem andado a desenhar em pormenor o que será o novo espaço bem como a conversar com algumas empresas privadas para a compra em conjunto”, admitiu José Apolinário”.
Nas duas fotos acima: José Apolinário explica a diversos lojistas o projecto publico-privado que a auatraquia tem para ajudar a salvar o Atrium.
No projecto da autarquia, “a área comercial terá um total de 1.300 metros quadrados, a maior parte no rés-do-chão, e o restante no primeiro piso. A área cultural será distribuída pelo primeiro e segundo piso”, explicou o autarca, que admitiu estarem “envolvidas verbas na ordem dos sete milhões de euros, que incluem a aquisição do edifício e algumas obras de adaptação às novas funcionalidades".
Sendo que a entidade bancária já accionou uma penhora no montante de 4, 8 milhões, situação que Apolinário só ficou a conhecer em plena conferência de imprensa, através da advogada dos lojistas, o edil assumiu ainda que à parceria publico-privada “será necessário mais um milhão de euros para obras e um montante ainda não definido para a compra do terreno”.“Já tivemos duas empresas interessadas e agora vamos ver". "Não estamos aqui para salvar um mau negócio, mas porque este espaço é uma âncora na Baixa de Faro e um pólo importante na cidade”, enfatizou José Apolinário no encontro com os jornalistas, que também contou com a presença de alguns lojistas esperançados no sucesso do projecto da autarquia para salvar o Atrium.
Envolvidas no projecto estão a Associação Filarmónica de Faro, o Centro Culutral/Escola de Dança Baliaev, o Cineclube de Faro e o Rancho Folclórico de Faro. Mas a autarquia prevê instalar várias secções no espaço, como são os casos da Galeria Municipal, o Departamento de Cultura e Património, a Divisão de Cultura, a Loja do Munícipe, o Julgado de Paz e a Comissão Arbitral. Os serviços municipais ainda vão gerir um anfiteatro polivalente com 180 lugares, no piso 3, e ainda estão reservados 96 metros quadrados para a escola de joalharia 'Contacto Directo'.“A autarquia reuniu-se, na segunda-feira, com os agentes culturais para definir o programa funcional do centro”, admitiu igualmente José Apolinário.
Contactado pela Agência Lusa, Élio Bolas, administrador do centro comercial, limitou-se a dizer que "quando se acaba o dinheiro a uma empresa ela tem que fechar".Na segunda-feira houve uma reunião entre a administração e a Câmara de Faro para tentar encontrar uma solução que viabilize o espaço mas, segundo o empresário, o encontro foi inconclusivo. "Têm havido muitas reuniões mas não há nada de concreto", afirmou, recusando tecer qualquer outro comentário sobre este caso.
Manuel Luís – T e F