quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Portimão festeja o São Martinho há três séculos e meio

Entre 4 e 13 de Novembro, o Parque de Feiras e Exposições de Portimão abre as portas à 349ª Feira de São Martinho, o mais antigo evento popular que se realiza em Portimão e que remonta a 1662. Neste que é um dos pólos incontornáveis de animação outonal, o visitante poderá encontrar os tradicionais expositores de produtos agro-alimentares, louça, plásticos, brinquedos, bijuteria, calçado, entre outras. Ao ar livre esta ainda disponível um espaço de animação, com tômbolas, jogos, pistas de carrinhos de choque e outros equipamentos que prometem fazer as delícias de crianças e adultos.
Não irão ainda faltar as tradicionais castanhas assadas, as farturas, as pipocas, os cachorros quentes, o pão com chouriço e outros petiscos tentadores nos bares e tasquinhas existentes no recinto. Destaque também para a área de exposição no interior do Portimão Arena, que apresenta automóveis, artesanato, mobiliário, doçaria, enchidos e produtos regionais. Este espaço poderá ser visitado entre domingo e quinta-feira das 15h00 às 23h00, enquanto nas sextas-feiras e sábados o horário de funcionamento prolonga-se das 15h00 às 24h00. No dia 8 de Novembro, e pelo segundo ano consecutivo, todos os divertimentos ao dispor na Feira custarão apenas o preço simbólico de um euro por utilização. Em termos de acessos ao certame, encontra-se aberta a entrada sul do Parque de Feiras, através da zona ribeirinha de Portimão, junto à ponte ferroviária, numa área onde existem diversos espaços de estacionamento. Outra das formas de chegar à Feira de São Martinho é na rede de transporte urbano Vai Vem, utilizando as linhas L2, L5 e L16, com paragem nas Cardosas, e as linhas L11 e L14, com paragem no Parque das Feiras, podendo os horários e demais informações ser consultados em www.cm-portimao.pt. A Feira de São Martinho poderá ser visitada das 10h00 às 24h00, com excepção do primeiro dia, em que abre às 16h00 e encerra à 01h00, do dia 13, em que encerra às 23h00, e às sextas e sábados, dias em que encerra à meia-noite.

Docente da UAlg coordena livro sobre a República

O livro A República - Figuras, Escritas e Perspectivas, coordenado por João Carlos Carvalho, docente e investigador da Universidade do Algarve, acaba de ser editado pelas Edições Colibri. Esta obra reúne o Ciclo de Conferências organizado pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais e pela Biblioteca Municipal de Olhão.
Nota Prévia Numa iniciativa conjunta da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve e da Biblioteca Municipal de Olhão/Câmara Municipal de Olhão realizaram-se, entre 24 de Setembro de 2010 e 29 de Janeiro de 2011, dez conferências, A República - Figuras, Escritas e Perspectivas. Procurou-se evocar e debater as ideias e representações, aspirações, realizações e legados dos primeiros e complexos tempos do regime, revisitando a produção literária e filosófica de vários autores dessa época, nas suas vertentes utópicas, nos empenhos intelectuais que a sustentaram, nas apostas de modernidade nelas contidas, assim como vozes discordantes de certos aspetos da instauração da República.
O Leitor poderá, assim, deparar-se com autores como António sardinha, Teixeira de Pascoaes, Fernando pessoa, José Rodrigues Miguéis, M. Teixeira-Gomes, João-Lúcio, José Gomes Ferreira, Miguel de Unamuno, António Sérgio, Leonardo Coimbra, Antero de Quental, Basílio Teles, entre outros, bem como com os ecos da República na imprensa algarvia da época. Dessas dez conferências, que se alternaram entre a Biblioteca Municipal de Olhão e a Biblioteca da Universidade do Algarve, publicam-se agora, neste volume, nove versões escritas (não foi possível, por razões perfeitamente compreensíveis, dar à estampa uma delas), havendo alguns casos em que os seus autores procederam a algumas alterações em relação à conferência originalmente apresentada e outros em que preferiram manter os seus textos/discursos inicialmente proferidos. Sobre o coordenador João Carlos Carvalho é Doutorado em Literatura Portuguesa Clássica e Professor de Literatura e Cultura Portuguesas e Comparadas do Departamento de Artes e Humanidades da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, Investigador do CLEPUL/UAlg. É também autor de diversos livros, artigos de revistas e de comunicações apresentadas em congressos nacionais e internacionais, sobre as áreas científicas das especialidades a que se dedica (Literatura, Cultura, Teoria e Crítica Literárias, Semiótica e Retórica, Arte e Ciência).

CRISE AFECTA APOIO A SURDOS E CEGOS PORTUGUESES NAS ESCOLAS

HÁ FALTA DE PROFESSORES HABILITADOS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL, MAS MUITOS QUE O SÃO NÃO FORAM COLOCADOS As redes nacionais de escolas de referência para surdos e para cegos são insuficientes e o mau aproveitamento dos recursos existentes deixa a descoberto milhares de alunos com necessidades educativas especiais, alerta o Departamento de Ciências da Educação e do Património (DCEP) da Universidade Portucalense (UPT).
A origem deste cenário, segundo a mesma fonte, radica na visão economicista dos últimos governos, que resultou numa política de má gestão e abandono do apoio às necessidades educativas da comunidade de pessoas com deficiência. “A filosofia positiva introduzida pelo último Governo, que em 2008 institucionalizou as escolas de referência em Portugal, foi entretanto minada por critérios economicistas de que o actual executivo também partilha, o que conduz a um claro abandono e desinvestimento nesta área da educação, resultando na descriminação social dos cidadãos com necessidades educativas especiais”, afirma António Vieira, docente do DCEP. Este responsável, também autor do Gestuário de língua gestual portuguesa (1991), diz compreender que a actual situação económica do pais não é propícia a investimentos de fundo para aumentar as redes nacionais de escolas de referência, cuja solução, a seu ver, passa por uma melhor qualificação e afectação dos recursos existentes. “Uma boa gestão dos recursos existentes seria um importante ponto de partida para começar a corrigir o problema e para isso é imperativo redefinir a distribuição e localização das actuais redes de escolas de referência em Portugal”, refere.
O mesmo responsável exemplifica com o caso da cidade do Porto, que conta com três escolas de referência – os agrupamentos Eugénio de Andrade, Alexandre Herculano e Soares dos Reis – e das vizinhas Vila Nova de Gaia e Matosinhos, que não têm nenhuma “Por uma questão ora de conforto, ora de falta de meios, os pais de alunos surdos de Vila Nova de Gaia e Matosinhos optam por colocar os filhos em escolas perto da sua área de residência, que não estão preparadas para corresponder às suas necessidades educativas especiais”, explica. A falta de professores habilitados para a Educação Especial é outro dos factores responsáveis pelas insuficiências nesta modalidade de ensino. “Não há no terreno recursos humanos qualificados em número suficiente, ou seja, por exemplo, professores que dominem a língua gestual portuguesa para poderem transmiti-la e comunicar correctamente com os alunos surdos, contribuindo para que se integrem mais eficazmente na sociedade”, assevera António Vieira. Face a esta situação, o docente volta a questionar as políticas educativas definidas para esta área, lamentando não entender a razão contraditória pela qual muitos professores habilitados para a Educação Especial nem sequer obtiveram colocação. A este propósito a UPT quer manter a discussão sobre melhores políticas de Educação Especial e Inclusiva e acolhe o IIº congresso internacional organizado pela Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, nos dias 28 e 29 de Outubro. Afecto ao tema ‘Derrubar barreiras, facilitar percursos”, o evento vai reunir alguns dos maiores especialistas e referências mundiais na área, como Mel Ainscow (Universidade de Manchester) e Miguel Angel Verdugo (Universidade de Salamanca).

Portugueses querem poupar mais e consumir menos

No próximo dia 31 de Outubro, comemora-se o Dia Mundial da Poupança e os dados mais recentes do Observador Cetelem mostram que as intenções de poupança dos portugueses estão a aumentar e as intenções de consumo a diminuir. Apesar de estarmos a entrar num período do ano (Natal) onde o consumo aumenta significativamente, apenas 12% dos consumidores portugueses pretende aumentar as suas despesas nos próximos meses e 37% dos consumidores revela que pretende aumentar as suas poupanças.
Se compararmos os valores agora apresentados com os registados numa análise do Observador Cetelem de Junho do presente ano, percebemos que a orientação para a poupança subiu de 32% para 37% e a de consumo baixou de 18% para 12%. «A situação económico-social no nosso país continua marcada por um plano de austeridade muito severo, onde as incertezas sobre a retoma da economia aumentam a cada dia. Ainda que nos estejamos a aproximar de uma época de consumo por excelência, o poder de compra em Portugal está cada vez mais limitado e o comportamento/intenções dos consumidores é um sintoma disso mesmo: os portugueses estão mais orientados para a poupança e não pretendem aumentar as suas despesas», afirma Conceição Caldeira Silva, responsável pelo Observador Cetelem em Portugal.
Uma análise mais detalhada do Observador Cetelem mostra que as famílias estão mais orientadas para a poupança, á excepção da região de Lisboa, onde o número de famílias a quererem consumir supera o número das que tencionam poupar mais. Em contrapartida, é na região Sul que os consumidores pretendem poupar mais e gastar menos – 68% dos inquiridos revelou que pretende aumentar as suas poupanças e 97% que não irá aumentar as suas despesas. Encontramos um cenário idêntico a norte e no centro (norte: aumento da poupança – 43% e aumento da despesa – 6%; centro: aumento da poupança – 33% e aumento da despesa – 6%). Por fim, a região do Porto apresenta as percentagens mais baixas, apenas 15% dos inquiridos pretendem poupar mais e 4% consumir mais. São os indivíduos na faixa etária dos 35 aos 44 anos que revelam maiores intenções de consumo e poupança (41% e 15%, respectivamente). As classes sociais mais altas (AB/C1) são as que pretendem poupar mais, 39% comparativamente com os 29% das classes C2/D. Já as intenções de consumo não diferem muito entre ambas - 12% nas classes mais baixas e 11% nas mais altas. Se, por outro lado, compararmos estes resultados com o inquérito realizado em 2010, verificamos ainda que apesar de se mostrarem preocupadas em aumentar as suas poupanças, são menores as famílias a acreditar que irão consegui-lo, já que, face a 2010 são menos 10 pontos percentuais de intenções de poupança. Esta análise foi realizada em colaboração com a Nielsen e aplicada, através de um inquérito quantitativo, a 500 indivíduos de Portugal Continental, de ambos os sexos, dos 18 aos 65 anos, entre o período de 3 a 4 de Outubro de 2011. O erro máximo é de +4,4 para um intervalo de confiança de 95%.