terça-feira, 31 de agosto de 2010

Vendas globais de medicamentos falsos atingem 60 mil milhões de euros até ao final deste ano



O Congresso Mundial da Farmácia e das Ciências Farmacêuticas, uma iniciativa da Federação Internacional Farmacêutica, com o apoio da Associação Nacional das Farmácias (ANF), vai debater o tema do combate à contrafacção dos medicamentos, amanhã, dia 1 de Setembro, das 9 às 17 horas, no Centro de Congressos de Lisboa.

Os medicamentos falsificados são uma grande ameaça para a saúde pública. Podem causar a morte, devido à falta da substância activa ou quantidade inadequada, por exemplo nas vacinas e antibióticos, ou pela presença de material tóxico. Os medicamentos contrafeitos representam mais de 10 por cento do mercado global de medicamentos e, em alguns países em desenvolvimento, estima-se que a percentagem chegue aos 50 por cento. Calcula-se também que as vendas globais de medicamentos falsos atingirá os 60 mil milhões de euros até 2010.

De acordo com António Bica, responsável no Portuguese Host Committee pela Secção de Laboratório e Controlo de Medicamentos, “a contrafacção de medicamentos é uma preocupação crescente e representa um verdadeiro flagelo nos países em desenvolvimento. Não sendo um tema central numa perspectiva estritamente nacional é, sem dúvida, importante no contexto de uma organização global, que deve assumir uma vertente de responsabilidade social para com aqueles que vivem dificuldades básicas no acesso aos medicamentos.”

O congresso vai discutir o que os governos e as suas agências, a indústria farmacêutica, universidades e associações profissionais estão a fazer, para combater a crescente ameaça da contrafacção de medicamentos para a saúde pública. O simpósio conta com a participação de farmacêuticos de vários países.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a contrafacção consiste na representação falsa da identidade, história e origem do produto, da sua embalagem ou acondicionamento. Pode ocorrer, tanto em medicamentos genéricos como de marca. A dificuldade reside, sobretudo, em distinguir quais os fármacos contrafeitos, na medida em que estes podem ser iguais aos originais.