O ALGARVE PRESS esteve na inauguração e falou com Paula Ferro, começando pela parceria.
- As parcerias, no meu entender, devem resultar na medida em que a pluralidade enriquece no todo. Esta parceria Mini-Arifa/Clube Recreativo Tavirense é uma parceria de que muito me orgulho e muito me satisfaz porque se juntam uma recém-nascida com uma anciã e este encontro geracional é bastante enriquecedor. Aliás, é disso que esta instalação fala: De multiplicidade, de pluralidade e de trabalho de equipa, muito embora sejamos apenas três. O Zé Filipe, a Lígia Serrenho e eu. Esta instalação, feita de Tavira de uma ponta à outra, existe nela diversos pontos de vista de uma única cidade, a nossa, a que nos vai no coração.
Aqui encontramos momentos de olhar pessoais e também momentos de olhar reconhecíveis por qualquer visitante desta cidade. Esta instalação foi feita com espírito de equipa, com seriedade, com sentido de humor e com muita alegria. Esta instalação está a ser feita no âmbito dessa opção pela parceria e pela partilha.
- Porque escolheram o Clube Recreativo Tavirense?
- Porque é uma honra para mim e para a Mini-Arifa estar a trabalhar com este Clube, pois era uma tristeza ver este espaço onde na minha puberdade e adolescência vinha aos bailes de carnaval e da pinha, a degradar-se. É com imensa alegria que estou, juntamente com o Zé Filipe e a Lígia a expor neste local, agora recuperado, arranjado e habitável.
- O Palácio da Galeria e outros espaços da Autarquia não deveriam ser mais abertos aos artistas de Tavira?
- O Palácio da Galeria já nos habituou a uma determinada qualidade que faz falta nesta cidade. Não seria bom para todos nós que a qualidade do Palácio decaísse, mas isso não invalida o facto de ser bom que outros locais abram as portas a expressões artísticas e criativas. Voltamos ao ponto inicial, a pluralidade, enriquece o todo. É importante que um Palácio da Galeria mantenha a sua qualidade. É importante que uma Casa das Artes de Tavira mantenha a sua actividade e a sua qualidade e é importante que outros locais aconteçam, mostrando obras ou trabalhos de pessoas que se dedicam a este tipo de actividades. Afinal, Tavira Vive Cultura e cultura não é só Arte Contemporânea no seu todo.
Geraldo de Jesus
