terça-feira, 7 de setembro de 2010

FARO CONTINUA CAPITAL DESCAPITALIZADA….


Costuma-se dizer que é nos infortúnios que se conhecem os amigos. É o que tem acontecido a Faro, também no que à minha pessoa diz respeito. Eu, filho da Ilha de Santa Maria, ao contrários de outros amigos de infância que, na sua maioria, foram de saveiro nascer a Olhão, tornando-se olhanenses, por vontade dos meus pais atravessei a Ria Formosa na barriga da minha mãe para vir nascer ao velho Hospital de Faro, regressando dias depois à minha Ilha. Nunca reneguei o meu nascimento e raízes, sou um ilhéu de Faro – Farense com orgulho.
Aliás, tenho incutido Faro como um símbolo de gerações, nomeadamente junto dos meus filhos, e promovido/defendido a minha terra na Região, no País e até no estrangeiro, onde há cerca de trinta anos me desloco por via da minha vida de jornalista.
Como acontece com algumas dezenas de conhecidos farenses de raça, o autor destas linhas escreve-as ao sabor de sentimentos forte e indefectivelmente impregnados há mais de meio século, pois ser de Faro não é nem tem de ser sinónimo de concordar ou discordar com quem tem dirigido ou virá a dirigir os destinos da autarquia.
Nestas horas de festejos no Dia de Faro, sentindo falta das habituais morteiradas madrugadoras, dei comigo a reforçar o pensamento que Faro continua Capital do Algarve, mas descapitalizada de obras que sustentem o seu futuro, em terra e na Ria, até porque, sabe-se lá até quando, continua de costas voltadas para uma das suas principais pérolas de desenvolvimento económico-social, como mais nenhum outro concelho tem, que são as suas ilhas.
Com filhos de Faro ou “estrangeiros” à frente da autarquia, Faro continua a não comandar e a deixar que outros comandem, sabe-se lá com que interesses futuros, os seus principais vectores de desenvolvimento.
Noutros Concelhos, em terra ou no mar, aparecem obras de vulto, faz-se tudo, em Faro tudo é proibido e nada de importante para o seu futuro se tem construído, desde a construção do Aeroporto, Universidade e Hospital.
Como filho de Faro sou constantemente assaltado por desejos incontidos de vida muito mais longa e próspera para a minha terra, transmito-os constantemente nos meus artigos de opinião, mesmo sem me preocupar com o politicamente correcto, até porque nunca o fui nem sou.
Nunca me preocupei com o cinzentismo dos meios termos, cor que, se eu mandasse, deixaria de existir. Sou Preto e Branco, como o Farense, clube do meu coração.
Manuel Luís