segunda-feira, 12 de setembro de 2011

LOULÉ FOI PALCO DE HOMENAGEM AOS BOMBEIROS PROFISSIONAIS

Miguel Macedo anuncia 21 milhões de euros para 37 candidaturas de estruturas de bombeiros no Dia do Bombeiro Profissional A Praça da República, em Loulé, recebeu ontem mais de 300 bombeiros vindos de vários pontos de país, numa cerimónia solene presidida pelo Ministro da Administração Interna que pretendeu assinalar o Dia do Bombeiro Profissional. A sociedade civil e os mais altos representantes das forças da protecção civil reuniram-se em frente aos Paços do Concelho para se associar a uma homenagem nacional aos “heróis dos novos tempos”, como referiu o responsável governamental. Neste reconhecimento público a todos os bombeiros portugueses, Miguel Macedo falou da área da protecção civil como um bem de interesse público. “A Segurança é um elemento básico e decisivo na vida de um Estado”, sublinhou este responsável.
O Ministro reportou-se depois à questão dos incêndios, uma das áreas de maior intervenção por parte dos bombeiros portugueses, referindo que este ano (até ao final de Agosto) houve uma “diminuição” das ocorrências relativamente a 2010. “Este ano registaram-se 15.181 ignições, tendo ardido cerca de 34.006 hectares, menos 2.232 ignições que em 2010 e uma redução de 91.219 hectares de área ardida”, disse Miguel Macedo. “Quero elogiar a rapidez, a capacidade, o profissionalismo na intervenção dos bombeiros e de todo o sistema de protecção civil no combate aos incêndios. Todos – Governo, autarcas, bombeiros e cidadãos, teremos de tirar ilações sobre o caminho que temos de trilhar e as estratégias que temos de prosseguir e adoptar para o futuro”, salientou. Referindo as “reformas que têm sido feitas ao longo dos últimos anos, ao nível da protecção civil para agilizar a capacidade de intervenção, disponibilizar mais e melhores meios de prevenção e combate”, o responsável da Administração Interna disse ser necessário “continuar a reforçar e a reformar o sistema em várias frentes”. Apesar de referir os contratos de financiamento para várias instituições de bombeiros, assinados em finais de Julho, cujo valor total ascendeu a 13 milhões de euros, e de anunciar que este mês serão assinados outros contratos de financiamento, cujo montante global ultrapassa os 21 milhões de euros e abrange 37 candidaturas de estruturas de bombeiros, Miguel Macedo falou da necessidade de “escolher prioridades”. “Importa nesta época escolher bem essas prioridades, gerir bem esses recursos, ser extremamente exigente na racional aplicação desses dinheiros públicos, de forma a garantir que todo o dispositivo possa beneficiar desses recursos e que, em conjunto, possa alcançar uma melhor resposta a todas as situações de protecção civil. A situação económica do país exige esse rigor e também a maior das transparências na aplicação dos recursos que disponibilizamos neste sector”, afirmou ainda. Por último, o responsável pela pasta disse ainda “ser possível, com o dinheiro e os meios, com maior racionalidade, conseguir tão bom ou melhor resultado do que aquele que temos conseguido até agora”.
Já o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, Fernando Curto, falou na “imprescindível aposta neste sector” enquanto “mais-valia no presente e no futuro no que respeita à salvaguarda das populações, da nossa floresta, e ainda na prevenção que se exige, cada vez mais, em todos os sectores e essencialmente na área da protecção civil”. Este responsável abordou as principais preocupações dos bombeiros profissionais, nomeadamente no que concerne a assistência médica/medicamentosa, progressão na carreira, seguros de acidentes pessoais, horário de trabalho, acesso à carreira, criação de um código deontológico e implementação da carteira profissional, a celebração de um Acordo Colectivo de Trabalho para os bombeiros profissionais da Força Especial de Bombeiros – FEB ou a criação das Áreas Metropolitanas/Inter-Municipais, integradas na estrutura administrativa do Estado.
Fernando Curto falou ainda da necessidade de serem contempladas dotações orçamentais com verbas para este sector, nomeadamente através das Câmaras Municipais que possuem bombeiros profissionais, numa rubrica própria destinada aos bombeiros e consequentemente para os Serviços Municipais de Protecção Civil. A criação de uma taxa municipal destinada exclusivamente aos bombeiros e protecção civil “que permita um maior investimento por parte das Câmaras Municipais na salvaguarda da vida e haveres das populações” foi outra das ideias apresentadas pelo presidente da ANBP.
Autarca de Loulé medalhado No dia em que se assinalou também o 10º aniversário dos atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque, nos quais falecerem 343 bombeiros, foram homenageados todos os bombeiros portugueses que faleceram ao serviço da causa pública. Nesta sessão solene que decorreu em Loulé, seguiu-se a atribuição da Medalha de Mérito da Associação Nacional de Bombeiros (ANBP) Profissionais ao presidente da Câmara Municipal de Loulé, e a atribuição de medalhas a bombeiros aposentados e no activo, de várias corporações do país. Nesta ocasião foi ainda celebrado um protocolo entre a ANBP e a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação, no âmbito do RVCC. No seguimento da distinção ao autarca de Loulé, o presidente da ANBP sublinhou o trabalho feito neste Concelho e a preocupação permanente do executivo municipal, nomeadamente através da reestruturação do Corpo de Bombeiros Municipais que veio “trazer mais-valia operacional e corrigir situações para todos os bombeiros profissionais que estão ao serviço dos louletanos”. Quanto à acção da Autarquia em matéria de protecção civil, particularmente dos Bombeiros, Seruca Emídio falou da construção do actual Quartel dos Bombeiros de Loulé, inaugurado em 2004, criação do Heliporto Municipal, que vai entrar em obras de requalificação e de readaptação, reequipamento do Corpo de Bombeiros, particularmente com a aquisição de viaturas, e reorganização dos serviços locais, com a resolução de situações respeitantes à profissionalidade dos homens e das mulheres que compõem o Corpo de Bombeiros. O presidente da Câmara de Loulé reiterou ainda a ideia do presidente da ANBP relativamente à necessidade de financiamento dos Bombeiros Profissionais. “É do conhecimento público que alguns Municípios têm vindo a criar a chamada taxa de protecção civil. Seria interessante que o Governo se debruçasse sobre esse facto e, eventualmente, ponderasse a sua aplicação num quadro mais geral de participação das comunidades, instituições e empresas na sustentabilidade dos seus serviços de protecção e socorro”, disse ainda o autarca.