quarta-feira, 29 de junho de 2011

PROBLEMA DA DROGA EM PORTUGAL NUNCA FOI TÃO GRAVE -(APLD)


Ao contrário do que tem sido divulgado nos últimos dias, por entidades oficiais, o problema da toxicodependência em Portugal nunca foi tão grave: entre 2001, data em que foi implementada a lei de descriminalização, e 2007, o consumo continuado de estupefacientes registou, em termos absolutos, uma subida de 66%. Nesse período, houve um aumento de 215% no consumo de cocaína, 85% de ecstasy, 57,5% de heroína e 37% de cannabis. Os dados são de um relatório do Instituto de Droga e Toxicodependência (IDT), publicado em Novembro de 2008.

Além disso:
- Desde a descriminalização, no grupo etário dos 20 aos 24 anos, houve um aumento de 50% no uso de drogas;
- Entre 2001 e 2007, os números relacionados com a prevalência na população portuguesa revelam que a percentagem de pessoas que experimentaram drogas ilícitas, pelo menos uma vez na vida, subiu de 7,8%, em 2001, para 12%, em 2007. (IDT – Relatório de Actividades de Novembro de 2008);

Nos últimos anos o consumo de heroína cresceu 57,5%
- As mais elevadas taxas de mortalidade causadas por VIH/sida, entre os consumidores de droga, foram comunicadas por Portugal, seguindo-se a Estónia, Espanha, Letónia e Itália; na maioria dos outros países as taxas são baixas. (OEDT, Relatório Anual 2010);
- O número de óbitos com testes positivos de drogas (314), no Instituto Português de Medicina Legal em 2007, registou um aumento de 45%, uma subida colossal após 2006 (216). Isto representa os números mais elevados desde 2001, acentuando o crescimento da tendência da droga desde 2005. (IDT - Relatório de Actividades de Novembro de 2008);
- Em Portugal, desde a descriminalização, o número de homicídios relacionados com drogas aumentou 40%. Foi o único país europeu com um aumento significativo de homicídios (relacionados com drogas) entre 2001 e 2006. (Nações Unidas - WDR - Junho de 2009).
“É extremamente preocupante que, com o objectivo de legalizar as drogas, se faça a apologia de um modelo que já provou estar a ser mais prejudicial que benéfico. Estamos a falar de desinformação pura”, explica Manuel Pinto Coelho, Presidente da Associação Para um Portugal Livre de Drogas (APLD).
A APLD foi criada em Junho de 2004 com o intuito de promover a ideia de que o combate à toxicodependência deve privilegiar a prevenção e o tratamento e que as drogas de substituição devem ser utilizadas, apenas, nos casos em que têm indicação. Discutir abertamente modelos de acompanhamento e tratamento de toxicodependentes e incentivar a cooperação internacional com países na Europa e fora dela que adoptaram o modelo que visa sociedades livres de drogas são outros dos objectivos da APLD.