A APOS irá organizar no próximo dia 18 de Junho (sábado) de 2011, pelas 16h, uma apresentação do livro histórico "Restauração dos algarves pelos Heróis de Faro e Olhão", na Sociedade Recreativa Olhanense, em Olhão (Av. da República, nº 14, Olhão).
Este livro foi já apresentado em Faro, em Fevereiro deste ano, pelo Prof. António Rosa Mendes, mas ainda não foi apresentado em Olhão.
Escolhemos o dia 18 de Junho por se enquadrar nas comemorações anuais da revolta olhanense contra as tropas napoleónicas, sendo neste dia que ocorreu o combate na ponte de Quelfes, importantíssimo para a "Restauração dos Algarves" referida neste livro.A apresentação será feita pelo sócio da APOS, António Paula Brito e, tratando-se de uma peça de teatro, contará com algumas cenas recriados pelos jovens do projecto de Expressão Dramática Bom Sucesso (MOJU), dirigidos pelo actor Fernando Cabral.
O livro em causa é uma peça de teatro de Luis de Sequeira Oliva, escrita em 1809, sobre a revolta ocorrida no Algarve uns meses antes, contra as tropas napoleónicas da 1ª Invasão Francesa.
O início da revolta retratada no livro foi em Olhão, em 16 de Junho de 1808, que depois se alastrou a Faro e, finalmente, a todo o Algarve.
Edgar Cavaco encontrou esta peça de teatro nos arquivos da Biblioteca Nacional e foi o responsável pela adaptação e contextualização da obra.
A APOS (Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão) e a editora Licorne, com o apoio primeiro da Direção Regional da Cultura do Algarve e das Câmaras Municipais de Faro e de Olhão, publicou o livro.
Luis de Sequeira Oliva, que escreveu a peça em 1809, era então um dos autores mais fecundos da literatura patriota que na época proliferaram em Portugal, e baseou-se nesta revolta concreta de Olhão, talvez pelas razões expressas numa outra sua obra: “Os habitantes desta para sempre memorável população de pescadores não só tiveram a glória de serem os primeiros que sacudiram o tirânico jugo dos franceses em Portugal, mas a outra não menor de serem os primeiros que, embarcados num frágil esquife, afrontando as procelosas vagas do Atlântico, foram ao Rio de Janeiro noticiar ao nosso amado Príncipe a feliz Restauração de Portugal nos Algarves. Estes sim, são verdadeiros descendentes dos Gamas e Albuquerques”.
Mais do que uma obra literária importante, é sobretudo um documento histórico muito interessante para fazer a análise da revolta algarvia, nomeadamente a importância mediática que esta revolta teve no País, a existência da censura que tentava esconder os colaboracionismos de alguns portugueses de nomeada, e o protagonismo da mulher olhanense na revolta.