sábado, 13 de novembro de 2010

Acções de sensibilização foram importante contributo para redução de incêndios florestais no Algarve, considera Governadora Civil de Faro


A Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, considerou, esta sexta-feira, que as acções de sensibilização desenvolvidas no âmbito do Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI), constituíram um contributo decisivo para os resultados registados no Algarve, durante o último Verão, em matéria de incêndios florestais.
Isilda Gomes, que falava durante a reunião da Comissão Distrital de Defesa da Floresta (CDDF), no âmbito da qual foram apresentados os balanços da época de incêndios 2010 e do Plano Distrital de Sensibilização integrado no PDDFCI, salientou que estas acções constituem um instrumento fundamental na prevenção dos incêndios florestais, tendo em conta que a segurança de pessoas e bens começa em cada cidadão.
“É importante envolver os cidadãos nesta problemática, porque grande parte ainda não se consciencializou da sua responsabilidade individual no que concerne à defesa da floresta e, enquanto não conseguirmos que assumam esse compromisso, será muito difícil atingirmos plenamente os objectivos a que nos propomos”, frisou a Governadora Civil, para quem o investimento na educação cívica deve constituir uma aposta prioritária nesta área.
No âmbito do Plano Distrital de Sensibilização foram efectuadas diversas acções envolvendo todos os agentes de Protecção Civil integrados no PDDFCI, das quais se destacam as sessões de esclarecimento orientadas por técnicos da Autoridade Florestal Nacional, que decorreram em 30 freguesias de 13 concelhos do Distrito, com a participação da Guarda Nacional Republicana e da Autoridade Nacional de Protecção Civil e que contaram com a presença de cerca de 400 pessoas, a maioria habitantes em zonas do interior.
Durante a reunião Isilda Gomes destacou ainda o empenho das autarquias na implementação das medidas de prevenção, nomeadamente no que diz respeito às operações de limpeza das zonas florestais, este ano condicionadas devido às condições meteorológicas. A Governadora Civil realçou no entanto que, no âmbito da campanha para o próximo Verão, esta é uma intervenção a executar de imediato.
“Temos de ser mais actuantes, de forma a garantirmos uma maior tranquilidade na próxima época porque, embora tenhamos um bom planeamento e uma rede muito bem estruturada, não podemos correr riscos de última hora”, salientou Isilda Gomes, observando que, apesar dos bons resultados obtidos este ano, a redução do número de ignições continua a ser uma prioridade.
Este ano o Algarve registou uma redução significativa do número de ocorrências comparativamente a anos anteriores, tendo sido o Distrito do País com a menor área ardida. Entre Fevereiro e Outubro registaram-se 376 ocorrências, a maioria durante os meses de Julho (47) e Agosto (92) e nos concelhos de Loulé (65) e Silves (49). A área ardida atingiu os 193 hectares, sendo a maior percentagem nos concelhos de Alcoutim (74 hectares) e Silves (36.7 hectares). Comparativamente a igual período de 2009, este ano registaram-se menos 225 ocorrências e menos 1.547 hectares de área ardida.
Na base destes resultados esteve, segundo a Governadora Civil, todo o esforço e empenho dos responsáveis municipais e regionais pela prevenção e combate dos incêndios florestais, cuja resposta articulada permitiu desenvolver “um trabalho exemplar apesar das condições adversas registadas durante os meses de Verão”.
Uma opinião corroborada pelo Director Regional das Florestas no Algarve, António Miranda, para quem a prevenção estrutural, um dos pilares do PDDFCI, deve ser encarado como elemento fundamental da resposta estruturada que se pretende para a região.
“A Autoridade Florestal Nacional tem desenvolvido um trabalho intenso para conseguir na região uma gestão articulada dos espaços florestais, porque só assim será possível concretizarmos efectivamente os planos municipais e distritais de defesa da floresta, garantindo resultados cada vez mais positivos na prevenção dos incêndios florestais”, frisou António Miranda, adiantando que, em 2011 vão ser intervencionados cerca de 4.500 hectares no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), contemplando assim um dos requisitos impostos pelo PDDFCI.