sábado, 30 de janeiro de 2010

DANIEL SAMPAIO APRESENTA COLÓQUIO NO 65º ANIVERSÁRIO DA CASA DA PRIMEIRA INFÂNCIA DE LOULÉ



Figuras ilustres da instituição vão ser homenageadas
A 9 de Fevereiro, pelas 18h00, o psiquiatra Daniel Sampaio vai marcar presença na Sala da Assembleia Municipal de Loulé, Edifício Engº Duarte Pacheco, para proferir um colóquio subordinado ao tema “A Importância da Primeira Infância no Futuro das Famílias”. Trata-se de uma iniciativa inserida no programa de comemorações dos 65 anos de existência e serviço à infância e família da Casa da Primeira Infância.
A par do colóquio, será também prestada homenagem à fundadora da instituição, Maria José Soares Cabeçadas, com quem Daniel Sampaio tem laços familiares, e à sua histórica directora, Catarina do Carmo Pinto Farrajota, que completou 60 anos de funções directivas.
Psiquiatra, ensaísta, escritor, professor catedrático, Daniel Sampaio formou-se em Medicina, em 1970. Obteve o Doutoramento em Medicina, na Especialidade de Psiquiatria, em 1986. Professor Catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa, responsável da disciplina de Psiquiatria 1, do 4º ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Lisboa, e coordenador do Núcleo de Estudos do Suicídio do Hospital de Santa Maria.
Foi um dos introdutores, em Portugal, da Terapia Familiar Sistémica, a partir da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar (fundada em 1979).
Tem-se dedicado ao estudo dos problemas dos jovens e das suas famílias, através de trabalhos de investigação na área da Psiquiatria e da Adolescência. Tem organizado, no Hospital de Santa Maria, o atendimento de jovens com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa. Criou uma nova Unidade para Jovens em Risco no mesmo Hospital.
Tem participado activamente na Comunicação Social nos últimos 15 anos, através da co-autoria de programas de televisão (“Verdes Anos” e “Conversa Privada”), ou pela participação em programas de rádio (Renascença e Rádio Clube Português), e ainda na imprensa (Notícias Magazine e Pública).
A publicação das suas obras tem suscitado interesse notório na sociedade portuguesa desde a sua estreia, em 1978, com “Droga, Pais e Filhos” e o seu percurso garante-nos que estará atento e participante na evolução das relações familiares no século XXI.

Casa da Primeira Infância: 65 anos de história

Foi nos remotos anos do Pós-Guerra que, à frente da sua farmácia, Maria José Soares Cabeçadas de Ataíde Ferreira, personalidade activa e preponderante na vida da então vila de Loulé, teve contacto com as grandes dificuldades de muitas mães operárias em garantir os elementares cuidados aos filhos de tenra idade quando, por força da débil condição familiar, se viam obrigadas a trabalhar nas actividades absorventes de mão-de-obra: as manufacturas de calçado e vestuário e as indústrias de transformação dos produtos agrícolas e pescado.
Após algumas reuniões realizadas no edifício que serviu de Aquartelamento ao Batalhão de Sapadores dos Caminhos-de-Ferro, sito na lateral direita da Igreja Matriz, foram dados os passos e reunidos os apoios necessários à constituição da Associação de Cidadãos Particulares (comerciantes e Quadros do Estado) que viria a ser pioneira nos cuidados de berçário e creche e demais cuidados para a infância.
Por razões do apoio governamental, a inauguração do Centro Polivalente de Loulé viria a acontecer em 10 de Junho de 1945 - “Dia de Portugal”, com instalação no lado esquerdo do edifício onde ocorreram as reuniões preparatórias, tendo sido nomeada sua Directora, a sua impulsionadora Maria José Cabeçadas.
Nesta época era, naturalmente, mais valorizada a acção de promoção da saúde infantil e materna, o fornecimento de leite e os básicos cuidados de higiene e saúde, embora tímidos, começaram a ser dados os primeiros passos na educação e desenvolvimento da Primeira Infância.
Foi a personalidade da fundadora e, por certo da equipa que soube reunir, que determinaram a matriz humanista, solidária e atenta às necessidades futuras que alimentaram este sonho de serviço público.
Haveria, Maria José Cabeçadas, por razões familiares trocar Loulé pela capital do país, sem nunca deixar de regressar para se inteirar da actividade e necessidades da instituição que criou e modelou. O amor que depositou na sua obra pode ser avaliado pelo cuidado como escolheu aquela que a havia de substituir, em 1949, na direcção da Casa da Primeira Infância, que viria a dar-lhe, por força do dinamismo e dedicação demonstrado, plena razão: Catarina do Carmo Pinto Farrajota, enfermeira recém-formada e que, após seis meses de serviços de enfermagem no Instituto de Oncologia de Lisboa, regressaria a Loulé para contrair matrimónio. Convidada, não hesitou e dedicou-se desde logo à acção, que passados 60 anos, não é estranha a ninguém que conheça a Casa da Primeira Infância, a presença da sua marca de mulher lutadora e determinada, dona de sólida formação moral e ética, cujo exemplo se encontra em cada um que com ela trabalhou.
De acordo com os responsáveis da Casa da Primeira Infância, “neste ano de aniversário, que agora começa, muitas são as questões que o futuro coloca e necessitam de ser respondidas, sendo certo que o Passado e o Presente da Instituição serão sempre inspiração para a sensata decisão da actual equipa dirigente. É imperativo glorificar e agradecer a qualidade do trabalho realizado por Maria José Soares Cabeçadas de Ataíde Ferreira e Catarina do Carmo Pinto Farrajota, dele extrair a força inspiradora para novas realizações a efectivar, num tempo necessariamente diferente, com novos desafios, desde logo o da própria estrutura empresarial e da concorrência com os congéneres privados e públicos que vão surgindo, sem perder a qualidade do serviço e a modernidade que sempre caracterizaram esta IPSS”.