terça-feira, 30 de agosto de 2011

SALIR DO TEMPO – FESTIVAL DE ARTES MEDIEVAIS

Em Setembro, nos dias 9, 10 e 11, a Câmara Municipal de Loulé promove o Salir do Tempo – Festival de Artes Medievais. O evento, que desde 2009 anima esta vila do interior, ganhará este ano uma nova dinâmica, com enfoque nas Artes do período da Idade Média.

A vila de Salir em meados do século XIII é o palco desta experiência de regresso ao passado que será vivenciada pelos visitantes, através da projecção de elementos vivos de uma época longínqua. Ponto estratégico durante o período da Reconquista, quando a transição do domínio muçulmano para o cristão deu origem às mais variadas demonstrações de força, Salir viveu também momentos intercalados pelas permanentes tentativas de normalização do quotidiano, em que as Artes tinham um papel importante na sociedade de então.

Transformado num festival de artes, cuja Reconquista nos transporta aos séculos mais importantes da nossa história, o Salir do Tempo marca um período em que as leis da Cristandade, os valentes cavaleiros, a música medieval, os monges copistas e os alquimistas se misturavam em vários mundos dispares aqui recriados neste cenário rural.
Assim, entre cristãos e muçulmanos, nestes Festival de Artes coabitam músicos, actores e artistas. O programa de animação do Salir do Tempo integra performances musicais e teatrais que visam a contextualização histórica e a criação de um ambiente alegre. A música, a dança, a poesia, os cuspidores de fogo e a representação de diversos personagens vão proporcionar momentos de interacção lúdica com os espectadores.
A actuação de vários grupos musicais de onde se destacam: os Trovas D’ Amigo, especializado no repertório medieval galaico-português, Sharq Wa Garb interpretando música medieval árabe e o Cuarteto Aquitânia exibindo sons medievais judaico-sefarditas, são exemplos de qualidade garantida.
A recriação do mercado medieval, baseado em produtos dessa época, onde vários mercadores presentes com as suas bancas de produtos tradicionais como o mel, cortiça, cestaria ou frutos secos, e os artesãos com os seus ofícios, também faz parte deste cenário.
Do outro lado, é a cultura muçulmana em destaque, com as dançarinas do ventre, as bancas de bijuteria e acessórios, as djellabas, os cabedais, os espelhos, os cachimbos de água, as pratas, os candeeiros, as especiarias, a tenda de chá, a tatuadora de henna e a tenda de camelos.
Enquanto forte herança cultural, a gastronomia tem também um papel importante nesta recriação histórica. A base da alimentação do século XIII é apresentada aos visitantes de forma genuína, e os alimentos servidos em tábuas de madeira e as bebidas em copos de barro, de acordo com a “etiqueta” da época.
E para encarnar as personagens e entrar no espírito da festa, a organização propõe a quem visite o Salir do Tempo o aluguer de trajes da época, Miúdos e graúdos terão assim à sua disposição fatos de nobres, gente do povo, representantes da Igreja ou das forças militares de então.
As portas do recinto abrem às 19h00. A entrada é livre.