quarta-feira, 16 de junho de 2010
O presidente da Lusa afirmou que encerrar as delegações de Faro, Évora e Coimbra "é poupar dinheiro ao contribuinte"
O presidente da Lusa afirmou hoje durante uma audição no parlamento que encerrar as delegações de Faro, Évora e Coimbra "é poupar dinheiro ao contribuinte", reiterando tal intenção como tinha anunciado em janeiro.
Afonso Camões disse mesmo que se houver intenção dos deputados em manter as delegações, poderá ser feito mas com gastos desnecessários para os contribuintes.
Relativamente ao encerramento das delegações, o presidente da Lusa foi taxativo ao afirmar: "Não fechámos, mas vamos fechar. É assim que eu quero e é assim que vai ser".
Afonso Camões acrescentou aos deputados da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura que, em contrapartida "houve um reforço do número de jornalistas nessas áreas e a capacidade de terem mais meios ao seu dispor".
Afonso Camões esclareceu ter sido mandatado pelo conselho de administração da agência para, em conjunto com a direcção de informação, avaliar se faria sentido - "em função do investimento que estava a ser feito no reforço de tecnologia" - gastar dinheiro com delegações.
"A opinião da Direcção de Informação (DI) foi clara. A DI diz que somos contra o jornalismo sentado. Os jornalistas estão equipados com placa 3G e telemóvel. A agência de notícias não é uma agência imobiliária. Temos mais jornalistas afectos a essas regiões e estamos a reforçar a capacidade de responder ao serviço público", afirmou Afonso Camões.
Afonso Camões disse ainda que a "intenção de encerrar as três delegações" foi comunicada ao então ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva.
Em janeiro, Afonso Camões afirmou que, ao longo deste ano, as delegações do Algarve, Coimbra e Évora, seriam encerradas, mantendo ou reforçando os jornalistas que trabalham nesses locais.
O Bloco de Esquerda requereu em fevereiro a presença de Afonso Camões e do ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, na comissão, a propósito deste assunto.
O ministro foi questionado na semana passada na comissão de Ética sobre esta matéria mas nada adiantou, remetendo esclarecimentos para audição de hoje de Afonso Camões.
A Comissão de Trabalhadores da Lusa defendeu hoje no Parlamento "a continuidade física dessas delegações, até por uma questão de prestígio da empresa".
Os membros da CT não encontram vantagens no encerramento das delegações, nem ao nível de redução de custos, já que "o valor das rendas dos edifícios onde estão instaladas é inferior ao subsídio de adaptabilidade que empresa terá que pagar aos jornalistas caso avance com a decisão".
Lusa