sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lagos: Seminário “Serviços Educativos em Espaços Culturais”


Legenda da foto (da Esqª para a Dtaª):
Jorge Queiroz – Presidente da Direcção da AGECAL; Dália Paulo – Directora Regional da Cultura do Algarve; João Guerreiro – Reitor da Universidade do Algarve; Júlio Barroso – Presidente da Câmara Municipal de Lagos; Macário Correia – Presidente da AMAL; Luis Correia – Director Regional da Educação do Algarve; Graça Cunha (Direcção da Mesa) – Presidente da Assembleia Geral da AGECAL

Comemorações de Elevação de Lagos a Cidade

O Seminário “Serviços Educativos em Espaços Culturais” foi umas das actividades que teve início no dia 27, no âmbito das Comemorações do 437º Aniversário de Elevação de Lagos a Cidade.

A iniciativa, organizada pela AGECAL (Associação de Gestores Culturais do Algarve) e que conta com o apoio da Câmara Municipal de Lagos, teve a sua sessão de abertura ao final da tarde, no Centro Cultural de Lagos, cujo auditório esteve repleto de profissionais da cultura e da educação, da área pública e privada, professores e investigadores, gestores culturais e programadores e técnicos de projectos educativos.

Foram convidados para esta sessão, o Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, o Reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, o Presidente da AMAL, Macário Correia, os Directores Regionais da Educação e da Cultura do Algarve, Luís Correia e Dália Paulo, respectivamente e o Presidente da Direcção da AGECAL, Jorge Queiroz. A Direcção da Mesa esteve a cargo de Graça Cunha, Presidente da Assembleia Geral da AGECAL.

Refira-se que, nas últimas décadas e em muitos espaços culturais (museus, bibliotecas, teatros, monumentos e sítios, centros de ciência, etc), foram estruturados Serviços Educativos com actividade permanente, dinamizados por profissionais que asseguram a mediação entre os programas científicos, culturais e artísticos e os diversos públicos, particularmente escolares. As visitas ao património histórico, a educação científica e ambiental, a estimulação de capacidades criativas, entre outras, integram também a programação desses espaços.
De acordo com a organização, este Seminário realiza uma reflexão retrospectiva sobre experiências portuguesas e analisa perspectivas evolutivas, convidando alguns dos mais experientes especialistas em serviços educativos, para conjuntamente com gestores e programadores, docentes e artistas, explicitarem pontos de vista, debaterem modelos conceptuais e metodologias.

Para Júlio Barroso, “o facto de se ter enquadrado este Seminário nas Comemorações da Elevação de Lagos a Cidade faz todo o sentido, uma vez que nele estão espelhadas uma das prioridades estratégicas do Município, no que diz respeito a esta área”. Dando os parabéns à AGECAL pela iniciativa, o autarca acredita que “esta jovem Associação ainda tem muito para dar ao Algarve ajudando a região a ser cada vez mais um espaço cultural vivo, activo, com futuro e sabendo atrair uma diversidade de públicos”.
A terminar a sua breve intervenção, o presidente não quis deixar de lembrar, e a propósito de cultura, que Lagos associa-se, este ano, a duas grandes efemérides: as Comemorações do Centenário da República, que decorrerão ao longo do ano, e as Comemorações dos 550 Anos da Morte do Infante D. Henrique, cuja organização estará a cargo da “Associação Intermunicipal Terras do Infante” (que integra os Municípios de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo), do Município da Batalha e de um jornal local “Correio de Lagos”. Para estas Comemorações, a terem lugar em Novembro e que se pretende que tenham uma dimensão nacional, Júlio Barroso adiantou, em primeira mão, que a organização vai poder contar com o apoio institucional do Presidente da República, que integrará a Comissão de Honra deste evento.

De seguida tomou a palavra João Guerreiro, que começou por referir que “a Universidade do Algarve foi, desde a primeira hora parceira desta Associação”, já que para o Reitor “é fundamental a troca de ideias e experiências com outras entidades”. Para o responsável pela UALg é claro que a principal componente deste estabelecimento de ensino é a formação académica, mas confirmou que a Universidade “não é completamente fechada apenas a isso, tanto que desenvolve outras actividades em diversos domínios”. João Guerreiro defende que “há que encontrar soluções para um público que não esteja apenas confinado às paredes das salas de aula”, reforçando, uma vez mais, o facto de “temos de ter a consciência de que a disseminação de informação e experiências é, hoje em dia, fundamental”.

Uma ideia partilhada por Macário Correia, presidente da AMAL, que aproveitou para relembrar os bons resultados que têm sido alcançados com parcerias nesta área entre o Alentejo e a Andaluzia. O presidente da Área Metropolitana do Algarve defendeu, igualmente, “a importância de se começar a ensinar todas as formas de arte às crianças, desde tenra idade, para que mais tarde possam vir a ser um público informado e atento às dinâmicas culturais”, desejando na altura “a continuação do bom trabalho” desenvolvido por esta associação.

Para os Directores Regionais da Educação e da Cultura, esse trabalho de ensinar arte às crianças já tem sido desenvolvido no Algarve. Luis Correia afirmou que nesta área, “as câmaras municipais algarvias têm sido muito dinâmicas no sentido de proporcionar aos alunos das escolas uma aprendizagem e um crescimento dentro de uma cidadania participativa”.

Dália Paulo, a nova Directora Regional de Cultura, começou por agradecer o convite para ali estar, afirmando que “é um privilégio que esta associação esteja sedeada no Algarve, tendo em conta o trabalho que tem desenvolvido em tão pouco tempo”.
Para esta responsável, “os serviços educativos são transversais a todas as faixas etárias e são fundamentais porque nos obrigam a olhar para os espaços culturais de maneira diferente”, reforçando que “o papel destes serviços é diário e passa por ganhar os públicos latentes ou os não públicos, aqueles que ainda não frequentam estes espaços”.
Esta é mais uma razão para que Dália Paulo acredite o futuro da região nesta área passa por traçar um plano estratégico para a cultura. “É preciso, daqui para a frente, que possamos pensar no Algarve numa perspectiva regional e não em 16 concelhos a pensar em separado”. Prevê-se que o Plano possa ser aprovado em 2011.
Para fechar o ciclo de intervenções desta sessão de abertura, falou Jorge Queiroz, o Presidente da Direcção do AGECAL que apenas relembrou que “nestas últimas duas décadas foram construídos diversos equipamentos culturais que ainda vivem muito fechados sobre eles próprios”. “E é para que isso deixe de acontecer que os serviços educativos vão ter um papel cada vez mais importante no sentido do Algarve ter um sector cultural cada vez mais forte e apelativo”, frisou o mesmo,.

A sessão de abertura foi seguida de uma conferência inaugural “Serviços Educativos: espaços de negociação na arena cultural”, que esteve a cargo de Susana Silva do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

O Seminário contou ainda com um momento cultural, um Recital Comentado de Piano e Flauta dedicado a Johan Sebastian Bach (1685 – 1750) e F. Chopin, com a presença de João Luís Rosa (Piano) e Maria João Cerol (Flauta), cuja entrada foi gratuita.