sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Investigadores da UAlg estudam as origens da Ria Formosa

Investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve iniciaram uma campanha de sondagens na Ria Formosa para conhecer detalhadamente a estrutura de sedimentos do mais importante sistema lagunar do País. Estas sondagens, realizadas em colaboração com a firma GEOALGAR, atravessarão na íntegra os depósitos lagunares, acumulados durante os últimos 7/8 mil anos, sobre a superfície continental alagada.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto SIHER – Processos de Preenchimento Sedimentar e a Evolução Holocénica do Sistema Lagunar da Ria Formosa, este estudo permitirá estabelecer a sequência cronológica dos processos que conduziram à formação da laguna. Será igualmente reconstruída a evolução ambiental/climática e a história da ocupação antrópica no Algarve, que acompanharam a formação da Ria Formosa.
Sobre o projeto
Com elevado valor socioeconómico e ambiental, a Ria Formosa é o mais extenso sistema lagunar português. O SIHER aborda os processos físicos e geológicos, resultantes das alterações climáticas naturais, durante a transição do último glaciar para interglaciar, às quais se adicionam os efeitos da atividade antrópica.
O conhecimento que atualmente a comunidade científica tem acerca da magnitude e frequência das alterações climáticas e sobre o nível médio do mar está ainda bastante limitado aos resultados decorrentes da pesquisa empírica, baseados nas respostas da linha de costa às alterações climáticas e do nível médio do mar. Com este projeto pretende-se estreitar esta lacuna, apresentando previsões mais realistas da evolução costeira sob a influência de cenários impostos, relativos a mecanismos forçadores climáticos e a alterações no fornecimento sedimentar.
Não obstante a sua reconhecida importância, o conhecimento da geologia e da dinâmica passada e presente da Ria Formosa é ainda muito fragmentado e incompleto. Este estudo, tendo também em conta dados validados em trabalhos anteriores, vai fornecer resultados à comunidade científica, organizações governamentais, agentes económicos e sociedade em geral. Assim, vão ser disponibilizados dois pacotes básicos: FORGIS, um pacote cartográfico digital (em plataforma SIG), e FORDID, um pacote educacional e de gestão ambiental e de ordenamento do território (em plataforma multimédia). Este projeto conta com a participação do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade da Universidade do Porto (CEPESE/UP) e tem um financiamento de 100 mil euros que se prolonga até janeiro de 2014.