segunda-feira, 2 de maio de 2011

"ALGARVE TEM SEIS ANOS DE HUMILHAÇÃO" - Mendes Bota

"As próximas eleições legislativas de 5 de junho têm uma dupla função: “SANÇÃO E SOLUÇÃO! Sanção, porque é o momento de fazer o balanço da actividade de quem governou, de fazer o escrutínio entre o que se prometeu e o que se cumpriu. E, neste aspecto, os seis anos de governação de José Sócrates, representaram para o Algarve, seis anos de humilhação". Afirmou, esta segunda-feira, Mendes Bota, na apresentação da lista de candidatos a deputados do PSD, que lidera, pelo círculo de Faro.

MENDES BOTA FALOU DE "ANOS DE HUMILHAÇÃO" DO ALGARVE

CANDIDATOS ESCUTAM CRÍTICAS E ACUSAÇÕES DO SECRETÁRIO-GERAL DO PSD AO GOVERNO DE JOSÉ SÓCRATES
Na presença do secretário-geral do partido, Miguel Relvas, o cabeça de lista dos sociais-democratas pelo Algarve elogiou a "experiência profissional e política" dos restantes candidatos efetivos, Pedro Roque, Elsa Cordeiro, Cristóvão Norte, Carlos Silva Sousa, Maria Correia Conceição, Bruno Inácio, Alberto Almeida e Maria Domingos.

MIGUEL RELVAS ACUSA GOVERNO DE ANDAR EM CAMPANHA
"Foram seis anos de seca de investimento público, de perda brutal de fundos comunitários (mais de mil milhões de euros) nunca compensados, foi um PIDDAC sempre em perda que é hoje um quinto do que foi em 2003, de uma burocracia que asfixiou o investimento privado e um saldo sócio-económico catastrófico, uma autêntica crise tutti-sectorial, onde todos os sectores básicos da economia do Algarve estão em falência, e o desemprego atingiu números recorde nunca anteriormente registados", enfatizou Mendes Bota.

ROSA MENDES, MANDATÁRIO DA LISTA, ELOGIA MENDES BOTA

"FORAM ANOS DE PÃO E CIRCO"

Praticamente sem se deter, o cabeça-de-lista desafiou, recordando: "É o momento de recordar a célebre Agenda para o Algarve, com uma listagem de promessas feitas pelo Partido Socialista aos algarvios em 2005, e cujo triste saldo se reduz hoje a uma autêntica Agenda Zero. Foram anos de Pão e Circo para enganar os algarvios. Hoje, tiraram-nos o pão, e do circo só fica a recordação das tendas com que José Sócrates veio repetidamente ao Algarve anunciar obras que não se concretizaram".
E as questões não se fizeram esperar: Onde é que está o Hospital Central do Algarve, a Faculdade de Medicina, os Pólos e Centros Tecnológicos, as segundas fases dos Pólis de Albufeira, Lagos ou Silves, a renovação da ferrovia regional, a navegabilidade do Arade e do Guadiana, o Plano Regional de Intervenção Turística?".

"ALGARVE E VIA DO INFANTE TÊM ESPECIFICIDADES DIFERENTES"

Já sobre as portagens na Via do Infante, a Algarve Press Mendes Bota continuou em tom crítico, sublinhando a "falta de requalificação da EN 125, sem esquecer a promessa de mau pagador de jamais em tempo algum se impor portagens na Via do Infante, uma promessa do PS" - "O PSD sempre defendeu que nas SCTUS se deveriam pagar portagens, mas também não nos esquecemos que o Algarve e a Via do Infante têm especificidades diferentes", rematou.
"Sobre este e outros assuntos ninguém pode ganrantir o que quer que seja, porque o sistema político português é centralizador e a força dos representantes das regiões é muito pequena", admitiu o político.
"EXISTEM RESTRIÇÕES EXCESSIVAS À PESCA ARTESANAL"
Utilizando o mesmo tom para se referir ás pescas no Algarve, Mendes Bota assumiu: "Sempre fui um defensor da pesca artesanal, com gerações de história. Tal como tenho defendido os pescadores da Costa Vicentina, entendo que nas restantes zonas litorais existem restrições excessivas das autoridades para com a pesca artesanal".
Para que não restem dúvidas sobre o principal adversário político, Bota aponta o dedo acusador: "O País está na bancarrota e existe um responsável principal. Sócrates tem que pagar pelo mal que fez a Portugal. O ilusionismo mediático não conseguirá apagar os 620.000 desempregados, as 64 empresas que fecham em cada dia que passa, os quatro PEC’s falhados ou a duplicação da dívida externa em seis anos".
Utilizando um discurso de construtor civil, Mendes Bota explica o que, na sua opinião, deve acontecer no próximo dia 5 de Junho: "Os portugueses terão que decidir a adjudicação da construção do edifício Futuro de Portugal. É inadiável essa decisão. E, em cima da mesa, só existem dois empreiteiros com alvará para o efeito. Um deles, todas as obras que fez, esborralharam, caíram em ruínas, em derrocada. O outro, embora com alvará de construção, está a concorrer à sua primeira obra. Precisamos de projectista novo, de um novo construtor, de um novo modelo de construção. Se não mudarmos agora, iremos ficar soterrados nos escombros de um edifício chamado Portugal sem Futuro", concluiu.
Por seu turno, Miguel Relvas, aproveitando as palavras elogiosas do mandatário da lista, António Rosa Mendes, professor doutor da Universidade do Algarve e antigo Comissário de Faro, Capital da Cultura, que fez uma descrição do percurso político de Mendes Bota, a quem apelidou de "senador do Algarve", com "muitas décadas em defesa coerente da região, e do valor acrescentado da sua actividade como parlamentar, em defesa dos direitos humanos, batendo-se pela igualdade de oportunidades e contra a violência sobre as mulheres", explicou: “Acedemos ao pedido da direção do PSD/Algarve, liderada por Luís Gomes, para que fosse um algarvio a liderar a lista e será Mendes Bota, cujo trabalho é reconhecido, bem como a outro pedido, colocando Pedro Roque, líder dos Trabalhadores Sociais-Democratas como n.º 2, para dar maior atenção à questão do desemprego, que afeta o Algarve".
Para o secretário-geral do PSD, “mais importante do que anunciar datas de apresentação do programa eleitoral do PSD, é o engenheiro José Sócrates que deve explicar como é que a dívida pública portuguesa passou de 80 mil milhões de euros para 160 mil milhões de euros em seis anos”.
Miguel Relvas aproveitou ainda para acusar os ministros socialistas de não estarem a governar, afirmando que "fazem diariamente dois mil quilómetros pelo País em inaugurações de campanha".