segunda-feira, 15 de novembro de 2010
NA LEMBRANÇA DE ANTÓNIO ALEIXO
Foi em 16 de Novembro de 1949 que, em Loulé, terra de seu pai, onde há muitos anos residia, faleceu António Aleixo, aquele que, muito justamente, é considerado um dos ícones e referência maior da dita poesia «popular» portuguesa e um testemunho assinalado a nível mundial.
Nascido em Vila Real de Santo António, a 18 de Fevereiro de 1899, bem cedo conheceu as agruras da vida, conhecendo uma vasta panóplia de actividades profissionais (trabalhador rural, tecelão, soldado, polícia, vendedor de cautelas, emigrante...), ao sofrimento das doenças, de que se refere o tempo passado no Sanatório dos Covões (Coimbra), onde teve a dita de conhecer o grande amigo que foi o artista Tóssan (António Santos) e ao poeta – cantor – animador – dramaturgo, mas sempre com o pensamento vivificante nessa quadra de tão profundo sentido filosófico:
«A arte é força imanente
não se ensina, não se aprende,
não se compra, não se vende,
nasce e morre com a gente».
Hoje é uma saudosa evocação e um testemunho de um algarvio de quem a poesia enche páginas de uma profunda atitude libertadora e meditativa ou, como o definiu, aquele que foi como o poeta dizia «o seu secretário», o sempre lembrado Doutor Joaquim Magalhães:
«O poeta está afinal mais vivo, do que quando andou por este mundo».
A nossa homenagem, nela concretizando a lembrança de todo o Algarve, para com António Aleixo, um filho dilecto que tanto o honra, recordando a quadra de forte inserção política:
«Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
Calai-vos! Que pode o Povo
Querer um mundo novo a sério!»
A GOVERNADORA CIVIL
ISILDA VARGES GOMES