segunda-feira, 26 de julho de 2010

José Vitorino acusa Macário Correia de “ocultações ardilosas de factos” e de “utilizar o Tribunal de Contas como bode expiatório"


O antigo edil farense, José Vitorino, acusou hoje, em conferência de imprensa, o actual presidente Macário Correia de “ocultações ardilosas sobre prazos e factos relacionados com o caso FAGAR e o visto do Tribunal de Contas (TC)”, e de “usar o TC como bode expiatório para não limpar as ilhas da Ria Formosa nem os espaços verdes”.
"É uma irresponsabilidade alterar o estabelecido e depois aparecer mais tarde e dizer que a culpa é do Tribunal de Contas, querendo fazer daquele tribunal um bode expiatório face aos problemas de limpeza nas ilhas e na manutenção dos espaços verdes que se verificam esta ano”, criticou o líder do Movimento Cidadãos com Faro no Coração (CFC), com um deputado na Assembleia Municipal, que recusou a ideia de estar a fazer de “advogado de defesa do TC”, tão somente “preocupado com o esclarecimento da verdade dos factos”, ciente que a manutenção e gestão dos espaços verdes, a recolha de lixo e a limpeza de praias no concelho de Faro passaram a ser responsabilidade da empresa municipal FAGAR, através de contratos assinados com a autarquia.
Aliás, recorde-se que a autarquia farense anunciou, no dia 12 de Julho, a celebração destes contratos, considerando então que “o processo foi moroso e conturbado”, com críticas ao TC.
Na opinião de Vitorino, “o presidente da câmara fez um violento ataque e enxovalhou a autarquia sem base legal nem autoridade moral”, já que, “os contratos assinados com a FAGAR são ruinosos para a câmara, há incumprimento da lei, manipulação e ocultações ardilosas dos atrasos da câmara”, assegurou o líder CFC, que explicou porque considera “ruinosos” os contratos que a Câmara de Faro fez com a Fagar: “A factura a pagar será de cinco milhões de euros em três anos, um valor que acresce em cerca de um milhão se as limpezas continuassem a cargo da autarquia”.
“A nossa estimativa é que haja um prejuízo de um milhão de euros pelo facto de estes serviços passarem para a FAGAR, o que é grave, face ao estado debilitado das contas da autarquia. Desafiamos a Câmara de Faro a demonstrar que, com a Fagar, os custos dos serviços são menores”, salientou José Vitorino, que acusou ainda o actual edil, Macário Correia, do “ atraso de um mês entre a aprovação dos documentos em assembleia municipal, a 23 de Fevereiro passado, e o envio ao TC, no final de Março”.
Recordemos ainda que o TC negou então qualquer responsabilidade no atraso da atribuição de vistos, cuja demora, segundo a autarquia, terá adiado a execução de contratos entre a Câmara de Faro e a Fagar para a limpeza das ilhas e áreas verdes.
“Se o contrato falava de visto expresso ou tácito, para quê montar todo aquele escândalo?”, questionou Vitorino, adiantando que “tudo foi ocultado ardilosamente e montado para dar escândalo, enganando a opinião pública”.
O lide CFC garante ter “pedido um esclarecimento”, mas que Macário Correia “respondeu como é habitual, não facultando os documentos em causa”.
Algarve Press apurou que a Agência Lusa contactou o presidente da câmara de Faro para uma reacção, contudo, Macário Correia afirmou não querer “comentar o caso”.