segunda-feira, 21 de junho de 2010
V.R. Stº. António: Passeios Pedestres De interpretação da paisagem “Passos Contados”
Antigos caminhos, muros e valados no Sotavento Algarvio
Antigos caminhos, muros e valados no Sotavento Algarvio. Com o historiador Luís Oliveira e o arqueólogo João Pedro Bernardes. 26 Junho - Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita.
Os caminhos, muros e valados encerram uma história e informações fundamentais para compreendermos os tipos de propriedade, os seus limites, trânsito de pessoas, animais, mercadorias, bem como de notícias e ideias. Entre núcleos povoados, lugares e fazendas, uma densa rede de caminhos, alguns remontando seguramente ao período romano – por Cacela passava a via romana que ligava Baesuris a Ossonoba – tem assegurado o movimento dos homens, a concentração e distribuição de produtos. Estradas, caminhos, veredas, atalhos riscam a paisagem e guardam as marcas de quem os calcorreou a pé, de besta, de carro de bois ou carroça. Memórias antigas ligadas ao escoamento da produção mineira, dos produtos agrícolas das antigas villae ou, mais recentemente, dos frutos secos do barrocal algarvio. Evocam o receio das emboscadas de quadrilhas de ladrões, guardam os passos dos almocreves com pesada carga, dos vendedores de conquilha errando de lugar em lugar, dos pastores conduzindo os seus rebanhos em busca do melhor pasto, das carroças puxadas por muares apregoando a cal de Santa Rita, mais branca que as demais, do pessoal da serra no final de Agosto em direcção à praia para o banho santo.
Passos Contados... porque os caminhos, os lugares, as pessoas contam estórias. O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta quarta edição iremos à descoberta das plantas e dos seus antigos usos na medicina e alimentação; das heranças islâmicas nas formas de construir e habitar; de antigos caminhos, muros e valados; vamos durante a noite ouvir lendas sobre os antigos medos de bruxas e lobisomens; com os pés na água vamos apanhar e conhecer os bivalves da Ria Formosa; já no final do Verão vamos colher figos, e compreender a sua importância, a par da amêndoa e alfarroba, na história local; terminaremos com um percurso geológico sobre alterações no uso e ocupação do território.