quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FARO. ESTUDANTES DA UALG EM PROTESTO FRENTE À CÂMARA

Horários reduzidos da Recepção ao Caloiro levaram, esta tarde, cerca de mil estudantes da Universidade do Algarve, liderados pelo presidente da Associação Académica, Guilherme Portada, ao protesto frente ao edifício da Câmara de Faro. Alvo preferencial das palavras de ordem dos estudantes, o edil Macário Correia, a quem se pedia: "Volta para Tavira". E porque o edil se mostrou irredutível na sua decisão, o presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve convocou uma Assembleia Magna para votar dois dias de luto académico como protesto contra a decisão da Câmara de Faro de reduzir os horários da Festa do Caloiro.

Fotos: Paulo Lourenço






"CÂMARA DE FARO RESTRINGE VIDA ACADÉMICA"

"Foi com espanto e total incredulidade que a Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUALG) foi esta noite notificada pela Fiscalização da Câmara Municipal da Faro fazendo-se acompanhar por dois agentes Policia de Segurança Publica, de uma segunda limitação aos horários da Recepção ao Caloiro", critica a Associação Académica.
E as críticas à autarquia não param: "Perante a atitude unilateral da Câmara Municipal de Faro que, depois de, na Segunda-feira, ter emitido uma licença de funcionamento para o recinto – com um horário menor do que o praticado nos anos anteriores – vem, um dia depois, reduzir ainda mais o horário da Recepção ao Caloiro".
Assim, a AAUAlg entende ser seu dever "informar toda a comunidade do ataque de que está a ser alvo a vida académica da Universidade do Algarve".
E explica as razões das suas críticas:
1.A escolha do Largo de S. Francisco para a realização da tradicional Recepção ao Caloiro é da única e inteira responsabilidade do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Faro, Eng. Macário Correia, lamentando a AAUAlg que não exista ainda na Cidade um local apropriado para este tipo de eventos
2.A AAUAlg sempre obteve por parte do Sr. Vereador da Juventude, Paulo Santos, a garantia que os horários da Recepção ao Caloiro seriam idênticos aos autorizados em anos anteriores pela Câmara Municipal de Faro.
3.No dia 20 de Setembro, com surpresa nossa, a Câmara Municipal de Faro emitiu a licença de funcionamento para a Recepção ao Caloiro com um horário menor do que estava acordado.
4.Nesse mesmo dia dirigimo-nos ao Município para tentar obter uma justificação. Depois de duas horas e meia à espera na rua, o Sr. Presidente da Câmara virou-nos as costas, limitando-se a declarar que sobre o assunto não tinha mais nada a falar com a AAUAlg.
5.Apesar desta desconsideração pelos 10.000 estudantes da Universidade do Algarve, aceitámos os termos da licença emitida pela Câmara Municipal de Faro.
6.Na noite de Terça-feira, 21 de Setembro, somos completamente esmagados com nova alteração à licença de funcionamento da Recepção ao Caloiro. A Câmara Municipal de Faro notifica-nos que a Recepção ao Caloiro tem um novo horário, obrigando-nos a fechar ainda mais cedo o recinto. Mais tarde fomos mesmo obrigados a terminar o nosso evento mais cedo, pressionados e cercados por agentes da Polícia de Intervenção, como se de bandidos nos tratássemos.
7.Estas decisões, tomadas sem qualquer diálogo, acarretam graves prejuízos para a AAUAlg uma vez que foram feitos contratos com base nas expectativas criadas pela Câmara, primeiro pelo Vereador da Juventude, depois pela primeira licença emitida. Conclui a AAUALG

MACÁRIO RESPONDE

No âmbito da Semana de Recepção ao Caloiro, os estudantes da Universidade do Algarve, através da sua Associação Académica, protestaram contra os horários impostos nesta festa dos estudantes. A Câmara Municipal de Faro respondeu através de um comunicado, que transcrevemos:
A Câmara de Faro vem por este meio tornar público:
1.A Associação Académica da Universidade do Algarve requereu, com vista à realização da Semana de Recepção ao Caloiro no Largo de S. Francisco, entre 20 de Setembro e 01 de Outubro, licenças de funcionamento do recinto e de ruído. Seriam 12 dias consecutivos de ruído até às 6 horas da madrugada, 10 dos quais dias úteis. Não seria tolerável para ninguém.
2.Os serviços camarários instruíram os pedidos, o que resultou na emissão de uma licença de funcionamento de recinto e de ruído que vigoraria entre as 21h30m e as 03h00 (domingo a quinta) ou 04h00 (sexta e sábado).
3.Todavia, após a abertura do espaço e tendo em conta que os espectáculos se realizam ao ar livre, as queixas avolumaram-se pelo que se constatou a excessiva incomodidade que o ruído produzia para o descanso dos moradores das zonas circundantes. Num raio de 200 metros do recinto, para lá das centenas de moradores que aí residem, estão sediadas a Escola de Hotelaria e Turismo – com alojamento de alunos e turistas – e o Internato Casa de Sta. Isabel, entre outros.
4.Foram registados distúrbios consideráveis e a disseminação de centenas de garrafas de vidro pelas imediações do recinto, facto que pode por em causa a segurança de pessoas e bens.
5.Decidiu-se, por conseguinte, após ponderação aturada dos interesses conflituantes em presença, encurtar a licença de ruído para o período entre as 21h30m e as 02h00 (domingo a quinta) ou 03h00 (sexta e sábado). É uma solução moderada que assegura o regular funcionamento das festividades académicas e ameniza os constrangimentos para os residentes. Conclui o comunicdo da autarquia farense.