sexta-feira, 14 de maio de 2010

Apesar de ser a solução menos de 2 % das intervenções nas construções em Portugal procuram a sustentabilidade



Um estudo concluído este mês e subordinado ao tema “Como se está aplicar a sustentabilidade na construção e no imobiliário?” mostra que, quando inquiridos, mais de 20% dos promotores, projectistas e gestores afirmaram que a sustentabilidade é um valor chave.

O Estudo, que analisa um conjunto de casos públicos e privados certificados ou promovidos nos últimos três anos e que afirmam ter práticas ambientais ou sustentáveis, vai ser apresentado no próximo dia 18 de Maio no Congresso LiderA 2010. Foi efectuado pelo Profº Manuel Duarte Pinheiro, Professor do IST e responsável do sistema voluntário LiderA (Sistema de certificação voluntário ambiental e da sustentabilidade).

Quando se analisa o desempenho energético conjugado com a forma como os edifícios se procuram integrar bem no local, com a redução do consumo de energia e água, utilização de materiais duráveis e de baixo impacte e procura em atingir bons níveis de conforto de forma passiva verifica-se que a sua aplicação efectiva e comprovada é inferior a 2%.

Assim, nos últimos três anos, menos de 0.6 % das novas intervenções e reabilitações nas habitações e 1,5 % no sector turístico comprovam uma efectiva abordagem de procura de bom desempenho ambiental global passível de caminhar para a sustentabilidade, de acordo com o LiderA.

Nos últimos três anos o valor dos prédios transaccionados reduziu-se em mais de 10,5 % e o Índice de Produção na Construção de edifícios reduziu-se em 30 %, com um importante impacte na perda de valor do edificado e por vezes com aumentos de consumos de energia, água e custos.

Por outro lado, os dados de mercado indicam que a procura de edificado na área de serviços para arrendar e com preocupações ambientais tem vindo percentualmente a subir, tendo sido referenciados casos em Lisboa que permitem uma valorização de 8 %.

Conclui-se que nos últimos anos aumentaram as referências à procura de bom desempenho energético, ambiental ou de sustentabilidade, embora haja profundas discrepâncias entre o afirmado e o comprovado.

Conclui-se ainda que muitas das aplicações efectivas da procura da sustentabilidade foram efectuadas utilizando as abordagens propostas pelo sistema LiderA para criar edificado e zonas urbanas de elevado desempenho mostrando que é possível melhorar o desempenho com intervenções equilibradas e comprovadas e criando valor na construção, imobiliário e nos serviços.