sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

“Doaram… E fez-se Museu!”: Os Olhares de “Guerreiro Padre”


No mês de Março o Museu Municipal de Loulé dá a conhecer o Padre Guerreiro não como doador, mas pela importância que o seu espólio transmite para o conhecimento histórico-social da população do Concelho de Loulé, na primeira metade do século XX. Este espólio foi doado por intenção de Maria Francisca Guerreiro, sua filha, através do seu marido Manuel Viegas de Brito e suas cunhadas Inês Viegas de Brito e Gracinda Viegas de Brito.
Esta iniciativa pretende reconstituir a “memória do olhar” de um fotógrafo que registou em vidro e em película rostos das gentes do Concelho de Loulé, em momentos marcantes das suas vidas (casamentos, baptismos, entre outros), nas décadas de 20, 30 e 40 do século XX. Ao mesmo tempo desenvolve-se uma exposição com alguns materiais fotográficos (muitos dos quais eram adquiridos no estrangeiro) e cenários utilizados no seu estúdio.
José Francisco Guerreiro era natural de Clareanes, Concelho de Loulé. Foi director, proprietário e editor do 1º exemplar do jornal “A Voz de Loulé”, publicado em 26 de Outubro de 1924. Apesar da sua ordenação sacerdotal decidiu dedicar-se à fotografia. O estúdio fotográfico “Guerreiro Padre” teve como primeiras instalações a sua casa particular (situada na Praça da República, no 1.º andar da Farmácia Pinheiro). Mais tarde transferiu o estúdio para a Avenida José da Costa Mealha.
Depois do seu falecimento, a sua filha Maria Francisca Guerreiro continuou a trabalhar no estúdio. Era especialista no retoque em negativos de fotografias, algo que nunca ensinou às suas discípulas. Marcelina Martins Mendes foi a última colaboradora deste estúdio, que encerrou em 1973.
Actualmente o Museu Municipal de Loulé guarda esta importante colecção histórico-cultural nas suas reservas.