segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Centro de Artes e Ofícios de São Brás de Alportel tem "Dias Vivos"


João Florêncio
- materiais de João Florêncio
Chapeus e gravata em palma

Custódio Cavaco - tabalhos em palma

Costureira Maria José

Em Fevereiro, a Exposição patente no Centro de Artes e Ofícios ganha vida…
É como se de repente os rostos e os gestos presos nos painéis ilustrativos da exposição `À Descoberta das Artes e Ofícios Tradicionais” no Centro de Artes e Ofícios ganhassem vida… Durante o mês de Fevereiro, a exposição convida a uma visita especial nos “Dias Vivos”, quando estarão ao vivo os mestres artesãos a trabalhar nos seus misteres.
O mais recente espaço cultural de São Brás de Alportel apresenta “Dias Vivos”, uma proposta de dinamização cultural, que visa dar a conhecer a exposição “À Descoberta das Artes e Ofícios Tradicionais” com demonstrações ao vivo de ofícios tradicionais.
Esta exposição patente desde a abertura deste mais recente equipamento cultural do município, no passado mês de Novembro, retrata 17 histórias de vida de mestres artesãos que guardam nas suas mãos calejadas pelo tempo a sabedoria ancestral dos ofícios tradicionais. O tempo levou há muito a juventude de outrora, mas a alegria de trabalhar e transformar com as próprias mãos os frutos da natureza mantém-se vivo e mantêm-nos vivos.
No dia 5, o Dia Vivo é dedicado à empreita, com a presença de Custódio Cavaco e Maria Francisca, os artesãos que se dedicam a esta bonita arte, confeccionado tapetes, alcofas, entre outros materiais feitos nesta matéria-prima de difícil aprendizagem.
No dia 8, é João Florêncio o protagonista de mais um Dia Vivo na Exposição. Ele que dedica grande parte do seu tempo a preparar e a trabalhar o esparto. O passar dos anos roubou-lhe a agilidade das mãos, mas mantém a teimosa vontade de criar e reinventar a aplicação deste material, de dura laboração. E ao sabor da criatividade, o artesão tem juntado aos artigos mais tradicionais, um conjunto de curiosas produções em esparto: gravatas, e até soutiens, entre muitas outras peças mais divertidas e ousadas.
Segue-se o misterioso mel, no dia 10, com a participação do apicultor Artur Marcos, que será o protagonista deste dia. Ser apicultor é viver em harmonia com a natureza, uma eterna aprendizagem destes misteriosos pequenos insectos que parecem beijar as flores de cada vez que lhe extraem pólen para produzir o mel.
No dia 22, é Dia do Sapateiro, com a participação ao vivo de Elisiário Vaz, que apresentará a arte do conserto do calçado. A arte de fazer sapatos por medida, recortar o cabedal, deitar solas e meias solas, continua viva nas mãos de Elisiário Vaz, um sapateiro à moda antiga com muitas histórias para contar.
A fechar o mês e este ciclo de Dias Vivos, estará no dia 24, a costureira Maria José. O som da velha singer a pedal promete invadir o Centro de Artes e Ofícios para relembrar os velhos tempos de costura desta afamada modista. Maria José recorda com saudade os tempos em que a máquina de costura era a companhia do seu dia a dia. Hoje os olhos atraiçoam a mestria das mãos, mas mesmo assim a arte de costurar continua a fazer parte da sua vida, uma vida de linhas, tecidos e botões que costurou sonhos e lembranças para recordar nos “Dias Vivos” do Centro de Artes e Ofícios de São Brás de Alportel.
Para o mês de Março, o Centro já se encontra a preparar a próxima exposição, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher. Em “Março, Mês de Mulher”, o espaço acolherá trabalhos de mãos femininas, em resultado dos projectos de formação de adultos que têm sido desenvolvidos no concelho.
E mais para diante, o ano reservará outras mostras interessantes, dando lugar às artes de cortiça.