domingo, 31 de janeiro de 2010

Agricultores do Algarve dizem que produção está a desaparecer e manifestam preocupação ao ministro



Os agricultores algarvios afirmam que a produção hortícola da região está a desaparecer e decidiram manifestar as suas preocupações numa carta enviada ao ministério da Agricultura à qual a Lusa teve acesso.
Na missiva os agricultores explicam que os 1200 hectares de estufas que a região possuía há dezoito anos estão agora reduzidos apenas a 200 o que, dizem, se deve aos “inúmeros” prejuízos das últimas duas décadas devido ao mau tempo e à falta de seguros adequados.
Os “reduzidos” apoios por parte das autoridades, a proliferação de grandes superfícies comerciais e a reduzida capacidade dos produtores em organizar-se a nível comercial são outros dos factores apontados como causa da degradação do tecido agrícola no Algarve.
Na carta, redigida pela Associação de Agricultores do concelho de Faro e concelhos limítrofes, os produtores dizem que a falta de uma “almofada financeira” para fazer face às intempéries fez com que os agricultores e os seus descendentes ficassem “irremediavelmente endividados”.
Segundo os produtores, o apoio do Estado em situações de destruição de culturas e estruturas causadas pelo mau tempo é “reduzido ou inexistente”, sendo os seguros existentes igualmente considerados pouco “adequados” à actividade agrícola.
“As razões apontadas levaram à situação sobejamente conhecida da horticultura algarvia com o consequente abandono dos campos, não sem que esta associação tenha por inúmeras vezes tentado dar o seu contributo”, lê-se na missiva.
Os agricultores algarvios dizem ainda estar dispostos a contribuir para a redução “do tão falado défice” se lhes forem dadas condições e resolvidos “estrangulamentos” que os levaram à actual situação.
A carta foi também enviada ao Presidente da República, Cavaco Silva, e ao director regional de Agricultura do Algarve, Castelão Rodrigues.
Lusa