terça-feira, 18 de maio de 2010

Governadora Civil de Faro reconhece contributo do sector corticeiro para a economia regional do Algarve


A Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, reconheceu hoje, em São Brás de Alportel, a importância do sector corticeiro para o desenvolvimento e sustentabilidade da economia do Algarve, tendo elogiado o esforço dos empresários e produtores locais no sentido de preservar esta actividade tradicional na região.
Numa visita às instalações da fábrica da NovaCortiça-Indústria Corticeira, S.A., em São Brás de Alportel, onde se deslocou no âmbito do projecto ‘Algarve Inovação e Tradição’ lançado pelo Governo Civil de Faro, Isilda Gomes encontrou-se com autarcas e vários produtores do concelho, com quem debateu projectos e também as dificuldades que atingem este sector, cuja produ&c! cedil;ão média anual atinge as 40 mil toneladas.
“A preservação das actividades tradicionais passa, necessariamente, pela inovação das respostas que permitam fazer face às exigências do mercado e é esse espírito de iniciativa e empreendedorismo que temos de reconhecer nos empresários deste concelho, um dos principais líderes do sector no nosso País”, frisou a Governadora Civil, defendendo que os períodos mais críticos constituem “os momentos certos” para investir, garantindo assim o futuro desta e de todas as actividades que sustentam a economia da região.
Considerando que o desenvolvimento da economia regional depende essencialmente das Pequenas e Médias Empresas, Isilda Gomes realçou o “forte espírito de luta e de resistência” que caracteriza o sector corticeiro, tendo elogiado o empenho! dos empresários e produtores que desenvolvem a sua actividade em São Brás de Alportel, na reestruturação desta indústria, bem como na projecção da cortiça algarvia a nível nacional e internacional.
Nas instalações da NovaCortiça, onde se produzem diariamente dois milhões de discos de cortiça destinadas essencialmente ao fabrico de rolhas de champanhe e de vinho, Isilda Gomes elogiou ainda o esforço dos operários que apostam nesta actividade, bem como o envolvimento dos autarcas e dos responsáveis regionais no que concerne ao apoio prestado ao sector, nomeadamente através do acompanhamento de projectos que visam a sua modernização.
Durante a visita, que contou com a participação do Director Regional de Economia do Algarve, os Presidentes da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de São Brás de Alportel, o Director de Serviços de Inova&cced! il;ão e Competitividade da Direcção Regional de Agricultura do Algarve, o Delegado do IAPMEI, o Presidente da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel e vários produtores locais, a Governadora Civil de Faro observou ainda que a reunião de esforços é “determinante” para garantir a rentabilidade e futuro da indústria corticeira.
Reconhecendo que, sendo este um sector “altamente competitivo” que exige uma inovação constante, o Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, António Eusébio, realçou por sua vez a necessidade de criação de sinergias que permitam assegurar a continuidade das empresas ainda existentes na região.
António Eusébio apontou como exemplo dos investimentos necessários, a construção de uma central de cozedura, que permita cumprir! com rigor as normas da União Europeia e elevar cada vez mais a fasquia de qualidade do sector, nomeadamente no que concerne às exigências na área de segurança alimentar e controlo dos efluentes gasosos e líquidos provenientes desta indústria.
Na deslocação a esta fábrica localizada no Parque Industrial da Barracha, enquanto estrutura representativa do sector no Algarve, a Governadora Civil observou ainda que, a par do turismo, também as actividades tradicionais devem ser apoiadas incondicionalmente, tendo em conta o seu contributo para a empregabilidade e a afirmação do Algarve enquanto região.
Localizada na Serra do Caldeirão, considerada a zona da melhor cortiça do Mundo e “berço da transformação da cortiça no Algarve”, a NovaCortiça emprega 60 trabalhadores e tem desenvolvido vários investimentos com vista à melhoria dos processos produtivos. Desde 2002 o! btém certificação da qualidade pela C.E.Liège (Systecode-Bureau Veritas), sob o Código Internacional das Práticas Rolheiras.
Esta primeira iniciativa no âmbito de o ‘Algarve Inovação e Tradição’, integrou ainda uma visita às instalações da Pelcor, marca com origem na indústria da cortiça e propriedade da NovaCortiça, SA, que comercializa há sete anos produtos em pele de cortiça, nomeadamente peças para casa, escritório e acessórios de moda, aliando o design à criatividade.
Depois de conquistarem os portugueses pela versatilidade e inovação, os produtos da Pelcor, projecto da responsabilidade de Sandra Correia, ultrapassaram fronteiras para chegar aos mercados internacionais como Miami, Paris, Londres, Dubai e Nova Iorque, cidade onde chega pela mão do prestigiado MoMA-M! useu de Arte Moderna, como a principal marca presente na exposiç ;ão de design Destination Portugal.
Uma conquista que, na opinião da Governadora Civil de Faro, representa um passo importante para a internacionalização deste produto tradicional, bem como para a projecção do Algarve e do País no exterior.
Em São Brás de Alportel o sector da cortiça é representado ainda pelas empresas Corticeira Gago, Cortiças Francisco Carrusca, Louro e Afonso, António Conceição Lda. e Manuel Jacinto e Sousa Lda.
No Algarve os montados de sobro estão localizados essencialmente na Serra do Caldeirão, ocupando uma área de 30 mil hectares.
O projecto ‘Algarve Inovação e Tradição’, que irá decorrer durante os próximos meses, visa conhecer e divulgar o vasto leque de soluções e propostas originais desenvolvidas por empresários e empr! esas da região em sectores tradicionais tão distintos como os de produção e transformação de cortiça, construção naval, aquicultura e produção de sal, mel, medronho e vinho, entre outros.