sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Sessão de divulgação para incentivos do PO Algarve 21 em Olhão
Está a decorrer uma nova fase de candidaturas ao PO Algarve 21, destinadas a PME e cujos apoios serão, sobretudo, para investimento não produtivo. Para esclarecer todos os interessados, realiza-se no próximo dia 26 de janeiro uma sessão de divulgação no Hotel Real Marina Hotel & Spa, em Olhão. As inscrições começam hoje.
Iniciou-se a 23 de dezembro de 2011 uma nova fase de candidaturas aos Sistemas de Incentivos às Empresas do PO Algarve 21. O novo período para apresentação de projetos a financiamento no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME do QREN apoia fundamentalmente investimento não produtivo. Esta fase tem como objetivo a promoção da competitividade das empresas, através do aumento da produtividade, da flexibilidade e da capacidade de resposta e presença ativa das PME no mercado global.
Podem candidatar-se projetos de diferentes tipologias. Projetos I & DT Individuais, Núcleos I & DT, Inovação Produtiva PROVERE, Vale Inovação. Pode ser consultado no site da CCDR Algarve a lista e as respetivas datas de abertura e de encerramento dos novos concursos de candidaturas 2012. Para esclarecimento dos interessados realiza-se em Olhão uma sessão de divulgação que terá lugar no dia 26 de janeiro no Hotel Real Marina Hotel & Spa. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas a partir de hoje, 12 de janeiro, em www.ccdr-alg.pt.
Recorde-se que dos projetos empresariais aprovados do Programa Operacional do Algarve, 71 são de Internacionalização, representando 6,1 milhões de euros de fundos europeus. O investimento foi maioritariamente canalizado para o marketing internacional, feiras, marcas, prospeção de novos mercados, contratação de serviços e despesas associadas a reuniões no estrangeiro. Em termos de mercados, as preferências dos empresários incidiram na Europa (Reino Unido), depois África (Angola), América do Sul (Argentina e Brasil), Magrebe (Marrocos) e América do Norte (Estados Unidos). Refira-se que do universo de 71 projetos, 46 são novas empresas exportadoras. Para esclarecimentos adicionais, os interessados podem visitar www.poalgarve21.qren.pt ou contactar com a Estrutura Técnica do PO Algarve 21 (Patrícia Martins ou Sónia Sequeira) através do telefone 289 895 200.
FOLHADOS DE LOULÉ EM DESTAQUE NO “LABORATÓRIO DA MEMÓRIA”
No próximo dia 20 de janeiro, pelas 18h00, na Sala Polivalente da Alcaidaria do Castelo de Loulé, vai ser apresentado mais um “Laboratório da Memória”, desta vez dedicado aos Folhados de Loulé, uma das iguarias da gastronomia local.
Luísa Martins, Diretora do Departamento de Intervenção Local e Gestão de Informação, e Luís Guerreiro, Chefe de Divisão de Cultura e Museus, ambos investigadores de História Local, vão falar sobre o aparecimento deste doce no contexto concelhio
«De entre o variado leque dos produtos utilizados na alimentação e na vertente mais elaborada da gastronomia, a doçaria constitui um dos elementos mais apelativos. Desde tempos mais antigos, o mel e os frutos, maduros ou secos, constituiriam o doce mais frequente nos momentos mais significativos da vida das populações. O açúcar, se bem que existente no Algarve, nomeadamente em Quarteira já no período medieval, raramente chegava às cozinhas mais simples e só se torna vulgar no século XX.
Os conventos, paralelamente ao quotidiano secular, mantinham autonomia necessária, criando animais e aves, desenvolvendo a agricultura e a fruticultura. Se do gado bovino, ovino e caprino se aproveitava tudo, inclusive a pele para a produção de pergaminho, as aves também contribuíam para o bom funcionamento dos afazeres quotidianos do convento, assegurando-se as penas para a escrita e outros materiais e os ovos para diversas utilidades, inclusive na preparação de tintas. Dos ovos aproveitavam-se ainda as claras para engomar o vestuário e as roupagens dos altares e das imagens, especialmente para a dobragem das vestimentas mais elaboradas e sua durabilidade. As gemas ficavam também para as experiências pecaminosamente deliciosas, que fariam o deleite das freiras, a quem devemos muito do prazer gustativo dos doces nacionais mais peculiares e pelos nomes que lhes foram dados: barriga de freira e papo de anjo, apenas para pequeno exemplo.
Neste imaginário e no decorrer do tempo, as receitas da doçaria foram ultrapassando a barreira dos muros conventuais e entraram nas cozinhas portuguesas, com maior intensidades nas localidades onde predominavam os mosteiros femininos e com maiores liberdades desde o século XIX. As famílias mais beneficiadas puderam recorrer a produtos mais caros e mais raros e as menos beneficiadas recorriam ao que conseguiam produzir ou comprar mais barato.
Foi neste percurso de gentes e de costumes que nas primeiras décadas do século XX surgiu o folhado de Loulé, derivado de encontros e desencontros de jovens raparigas que trabalhavam em casas das famílias economicamente favorecidas, que adquiriam conhecimentos de culinária, às vezes no Algarve, outras vezes no Alentejo, ou em outras regiões do país.
Graças a essas experiências e segredos guardados o Folhado de Loulé foi adquirindo vida e personalidade e foi chegando ao quotidiano dos louletanos que, nos cafés mais conhecidos da antiga vila, não dispensavam o delicado doce que tornava requintada a hora do chá ou do café”.» (Luísa Martins).
O percurso do Folhado de Loulé está a ser estudado e por isso, o “Laboratório da Memória” a si dedicado irá decerto ajudar a desvendar o seu segredo e o porquê da sua delicadeza de sabor e de textura.
A entrada é livre.
Investigadores da UAlg estudam as origens da Ria Formosa
Investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve iniciaram uma campanha de sondagens na Ria Formosa para conhecer detalhadamente a estrutura de sedimentos do mais importante sistema lagunar do País. Estas sondagens, realizadas em colaboração com a firma GEOALGAR, atravessarão na íntegra os depósitos lagunares, acumulados durante os últimos 7/8 mil anos, sobre a superfície continental alagada.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto SIHER – Processos de Preenchimento Sedimentar e a Evolução Holocénica do Sistema Lagunar da Ria Formosa, este estudo permitirá estabelecer a sequência cronológica dos processos que conduziram à formação da laguna. Será igualmente reconstruída a evolução ambiental/climática e a história da ocupação antrópica no Algarve, que acompanharam a formação da Ria Formosa.
Sobre o projeto
Com elevado valor socioeconómico e ambiental, a Ria Formosa é o mais extenso sistema lagunar português. O SIHER aborda os processos físicos e geológicos, resultantes das alterações climáticas naturais, durante a transição do último glaciar para interglaciar, às quais se adicionam os efeitos da atividade antrópica.
O conhecimento que atualmente a comunidade científica tem acerca da magnitude e frequência das alterações climáticas e sobre o nível médio do mar está ainda bastante limitado aos resultados decorrentes da pesquisa empírica, baseados nas respostas da linha de costa às alterações climáticas e do nível médio do mar.
Com este projeto pretende-se estreitar esta lacuna, apresentando previsões mais realistas da evolução costeira sob a influência de cenários impostos, relativos a mecanismos forçadores climáticos e a alterações no fornecimento sedimentar.
Não obstante a sua reconhecida importância, o conhecimento da geologia e da dinâmica passada e presente da Ria Formosa é ainda muito fragmentado e incompleto. Este estudo, tendo também em conta dados validados em trabalhos anteriores, vai fornecer resultados à comunidade científica, organizações governamentais, agentes económicos e sociedade em geral. Assim, vão ser disponibilizados dois pacotes básicos: FORGIS, um pacote cartográfico digital (em plataforma SIG), e FORDID, um pacote educacional e de gestão ambiental e de ordenamento do território (em plataforma multimédia).
Este projeto conta com a participação do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade da Universidade do Porto (CEPESE/UP) e tem um financiamento de 100 mil euros que se prolonga até janeiro de 2014.