Foi a 11 de Fevereiro de 1902 que nasceu em Vila Nova de Cacela (Vila Real de Santo António) aquele que viria a ser uma das mais marcantes figuras algarvias do século XX e um dos maiores artistas portugueses de sempre na arte da xilogravura.
Manuel dos Santos Cabanas (Mestre Manuel Cabanas), que faleceu em Faro, com 93 anos de idade, a 25 de Maio de 1995, constitui um verdadeiro exemplo de cidadania, autodidacta e republicano português, era detentor de elevadas condecorações entre as quais a «Grã-Cruz da Ordem da Liberdade» (1985) e a «Ordem do Infante D. Henrique» (1991), que lhe foram outorgadas pelos Presidentes da República, respectivamente General Ramalho Eanes e Dr. Mário Soares.
Filho de modestos proprietários agrícolas, cedo se iniciou na vida do trabalho, do estudo e da intervenção política e sindical, sem descurar uma activa participação social, sendo um indefectível defensor da democracia e da liberdade.
Por tais honradas e cívicas razões conheceu os cárceres e a perseguição, mas manteve-se sempre fiel à grandeza dos seus ideais.
Artista de cunho único, como o atesta a plena valia das suas obras, cujo valiosíssimo espólio legou à sua Terra Natal e encontram-se reunidas no Museu Manuel Cabanas, em Vila Real de Santo António, era um homem generoso, fraterno e solidário.
Recordar, nesta data, Mestre Manuel Cabanas, é a homenagem maior que lhe fazemos, no reavivar do ensejo de desenvolver todos os esforços em prol de uma sociedade melhor e uma de democracia plena.
A GOVERNADORA CIVIL
ISILDA VARGES GOMES
