As tradições do Algarve genuíno marcaram encontro em São Brás de Alportel numa grandiosa noite de música, teatro e animação para relembrar e viver costumes de antigamente.
O V Encontro de Tradições de São Brás de Alportel, que teve lugar na noite do passado sábado, dia 11 de Setembro, no Cine-Teatro São Brás voltou a juntar em palco memórias de outros tempos, vividos no canto e nos passos de dança a lembrar quotidianos difíceis intercalados com a alegria das modas e usos que sempre fizeram parte da cultura algarvia.
Iniciativa do Rancho Típico Sambrasense, que tem por missão preservar as tradições da cultura algarvia, e contando desde sempre com o apoio da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, o Encontro de Tradições realiza-se desde 2001, com o objectivo de passar o testemunho cultural do passado às novas gerações e abrir portas a tradições de outras terras.
Criado em 1993 por um grupo de são-brasenses, entusiastas do folclore, o Rancho Típico Sambrasense procura manter vivas as tradições do barrocal e da serra algarvia, mediante o uso de trajes tradicionais das primeiras décadas do século XX e a interpretação de canções e danças de outrora.
Na edição deste ano, o encontro contou com 3 momentos diferentes protagonizados pelo folclore, com o grupo anfitrião - Rancho Típico Sambrasense; o canto, com a presença do Grupo de Cantares da Serra de São Mamede das Amoreiras; e o teatro, com uma divertida apresentação teatral “Mê menine…e o tê pai?”.
O cante ao baldão e a despique, apresentado pelo Grupo de Cantares da Serra de São Mamede, foi um dos momentos altos da noite, trazendo a palco uma antiga tradição que noutras eras juntava um grupo de amigos para cantar de improviso, ao som da viola campaniça. Entre um copo de água ou de vinho, os cantadores improvisavam quadras e dizeres ao longo de uma noite de despique, durante a qual se tentava provar ser o melhor a improvisar e a cantar.
O encontro fechou com humor à moda de Olhão, cidade do mar e da Restauração, com a peça “Mê menine…e o tê pai?”, um retrato da vida quotidiana de 2 pescadores que, “enquanto remendam as redes, se queixam, entre risos da vida, das dores da alma e do corpo”. Interpretada por Joaquim Parra e João Evaristo, esta encenação reflecte a história dos pescadores de Olhão com situações, a utilização da pronúncia típica, as expressões e os gestos típicos da comunidade olhanense.
Ao fim de uma noite dedicada às raízes culturais que formam a identidade de um povo, o V Encontro de Tradições de São Brás de Alportel promete regressar em 2012 com mais tradições que ilustram um passado que se quer manter vivo no presente.
