Remonta ao século XII a existência de unidades militares na cidade de Tavira. O chamado Quartel da Atalaia, foi mandado construir em 1795 pela Rainha D. Maria I, conforme se lê na lápide colocada por cima do portão principal, tendo sido o mesmo propositadamente construído para o Regimento de Infantaria de Tavira. No Quartel da Atalaia aquarteladas várias unidades como o regimento de Infantaria nº. 4 (desde 1806) o Batalhão de Caçadores nº. 5 (1838 a 1847) e o Regimento de Caçadores nº. 4 (1884 a 1899).
A partir de Setembro de 1939 ai passam a ser ministrados os Cursos de Sargentos Milicianos. Em 1948 passa a funcionar como Unidade independente denominando-se Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria (CISMI). Extinto o CISMI, em 1975 passa à dependência do Regimento de Infantaria de Faro alterando novamente o seu estatuto em 1 de Agosto de 1993, passando a constituir-se como Centro de Instrução de Quadros (CIQ). Desde Julho de 1996, encontra-se em funcionamento no Quartel da Atalaia, o Centro Militar de Férias de Tavira (CMFT), destinado a praças (RV/RC).
Em 1 de Abril de 2008 o Quartel da Atalaia é ocupado pelo Regimento de Infantaria nº. 1.
EXPOSIÇÕES E DEMOSNTRAÇÃO EQUESTRE
No passado dia 10 de Setembro, o Quartel da Atalaia, abriu as portas para a inauguração das exposições de Artes plásticas “Artalaia”:
- Arte ao Vento, dos artistas, Catarina Costa Cabral, Colin Howe, Edwin Hagendoom, Isabel Macieira, Justine Albronda, Margarida dos Santos, Matthij Warner, /Oivind Bergerud. Rachel Ramirez, Sara Vapaos, Teresa Ramos e Tor Hognestad.
- Tavira Militar – Exposição Cartográfica com base nos levantamentos e plantas realizados, nos séculos XVII e XIX, pelos oficiais do Real Corpo de Engenheiros do Exército Português, apresentados pelo Tenente-Coronel de Engenharia, José Berger.
- Retrospectiva dos 50 anos de pintura de Mário Silva
- Demonstração do Real Picadeiro
Presentes na cerimónia, entre outros convidados, oficiais superiores e famílias, Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, Presidente do Município de Tavira, Jorge Botelho.
Com a Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, durante a visita à exposição, comentámos:
- Vir a um quartel ver uma exposição destas…
- Penso que é uma iniciativa louvável, a todos os títulos. Deixamos de ter as portas fechadas do quartel. Depois, porque os militares demonstram a sua apetência pela pintura e o seu valor cultural. Isto demonstra que o Senhor Comandante do RI 1 é uma pessoa com uma visão da vida. Eu diria que não é muito natural nas nossas Forças Armadas (FA). Nele quero fazer aqui este registo. Não é muito normal virmos a quartéis ver iniciativas destas. É uma abertura à comunidade civil, a melhor forma de darmos a conhecer aquilo que são as FA e, de facto, o Exército está de parabéns. O RI 1 está de parabéns.
- Os quartéis hoje, têm uma missão diferente. Estes eventos poderão servir de chamariz para aqueles que pretendam enveredar pela carreira militar.
- Obviamente. Hoje, com o facto do cumprimento ser voluntário, por se abrirem as portas, para se ver uma outra forma de estar, uma outra forma de viver dentro destes muros, provavelmente vai ganhar mais apetência nos mais jovens para ingressarem nas FA. Isto revela, se calhar, uma revolução de mentalidades. É esta revolução de mentalidades que mostra que nós temos umas FA modernas, com uma missão estratégica completamente diferente daquilo que havia à uns anos atrás.
Ao Coronel Pereira da Silva, Comandante da Unidade, referimos:
- Um dia diferente no Regimento de Infantaria 1…
Espero que seja o primeiro de muitos. Porque eu espero ser considerado um parceiro cultural a par de outras Instituições no Algarve e principalmente em Tavira. Portanto, espero que seja a minha primeira marca pois é esse o meu objectivo. Como sabe, temos um programa que vai ser até ao dia 27 de Setembro e terminará com um concerto do Rão Kyao.
Estou a iniciar um ciclo de conferências sobre o “Algarve e as Invasões Francesas” a que se seguirá um outro “O Algarve na Guerra Peninsular”. Vai sair em livro que será também o contributo histórico da minha Instituição – Exército – em conjunto com a Universidade do Algarve. Isso será também algo para avançar aqui com a construção de um museu que eu quero que seja o “Algarve Militar”.
- As entidades oficiais e os oficiais superiores que aqui estiveram marca bem a diferença dos quartéis do passado, para os actuais.
- A Instituição é a mesma. Está é mais aberta à cultura e a outro tipo de actividades. Os paradigmas são outros. Hoje trabalhamos com tropa voluntária. Podemos chamá-los e a cultura também gosta que se chame alguém. Foi talvez o que me levou para a Instituição Castrense. Foram os cavalos que é uma grande paixão que eu tenho pela demonstração equestre e como eu muita outra gente pode vir para a Instituição por outros motivos que não só o castrense e depois acabamos por ficar.
Na parte final da nota de abertura, assinada pelo Comandante do RI 1, pode ler-se: “Esperemos que o conceito “Artalaia” continue a desenvolver-se no futuro e que venha a ser considerado, como pretendemos, parte importante do programa cultural Algarvio que tanto carece de iniciativas deste género”.
As actividades previstas são:
- Dia 17 de Setembro, pelas 21H30, concerto pela Orquestra Sinfónica do Exército, na Praça da República
- Dia 18 de Setembro, pelas 14H00, encontro de Artes Plásticas ao vivo – Praça da República: Grupo Coral de Tavira, Grupo Folclórico de Faro, Corpo de Hoje e Grupo Musical Santa Maria
- Dia 21 de Setembro, pelas 09H30, Ciclo de Conferências subordinado ao tema “O Algarve e as Invasões Francesas”, auditório da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos.
- Dia 27 de Setembro, pelas 10H30, cerimónia Militar da Comemoração do Dia da Unidade, no Jardim Municipal, junto à Praça da República em Tavira.
Geraldo de Jesus
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