No âmbito das comemorações de “Maio, Mês do Coração”, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia alerta que as pessoas que sofrem de doença renal crónica estão mais susceptíveis a desenvolver doenças cardiovasculares complicadas.
“Quanto mais avançada for a falência dos rins, maior é a probabilidade de haver também doença cardiovascular, como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e doença coronária, de forma que o doente renal apresenta dez vezes mais probabilidade de morrer por enfarte do miocárdio”, explica Fernando Nolasco, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia.
O médico nefrologista acrescenta ainda que “uma grande percentagem de doentes com doença renal crónica apresenta pressão arterial elevada e aumento dos níveis de colesterol no sangue. A hipertensão arterial e a diabetes, sobretudo a tipo 2, são as principais motivadoras de doença renal crónica no Mundo”.
Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica, considerando qualquer uma das suas cinco fases ou estádios de evolução. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente.
Na fase mais avançada da evolução da doença, ou estádio 5, surge o esgotamento total das funções renais, que terão de passar a ser substituídas pela diálise ou por um transplante. Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal, e por esse motivo já a necessitar de diálise, ou, nos casos em que isso é possível, de serem transplantados.