terça-feira, 24 de maio de 2011

APED: 20 anos pelo reconhecimento do tratamento da dor como prioridade nacional

No próximo dia 4 de Junho, sábado, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) assinala 20 anos de actividade, na promoção da investigação e do tratamento da dor como uma prioridade nacional. Fundada em 1991, a APED assume-se como um elemento importante na melhoria dos cuidados de saúde relativos à dor, em Portugal.

“O contributo da APED e de todos os profissionais de saúde que se dedicam ao tratamento da dor tem sido decisivo na diminuição da magnitude deste grave problema de saúde pública, que afecta mais de 30 por cento da população portuguesa”, adianta o médico Duarte Correia, actual presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor.

E acrescenta: “A resignação da população, a falta de informação e a desvalorização do fenómeno da dor, são factores que contribuem para a elevada prevalência da dor crónica. Por estes motivos é preciso promover a sensibilização e o esclarecimento da população neste tema, bem como a formação dos profissionais de saúde, na Medicina da dor, para tratarmos mais precocemente as pessoas que sofrem com esta síndrome e ajudá-las a recuperar a sua qualidade de vida”.
“O nosso objectivo principal continuará a ser a realização e promoção de todos os esforços que permitam aos cidadãos as acessibilidades necessárias ao tratamento da dor aguda e crónica num período curto e adequado, de forma a reduzir o seu impacto, em Portugal”, conclui Duarte Correia.
A dor crónica é caracterizada como uma dor persistente ou recorrente, de duração igual ou superior a três meses, e/ou que persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem. A lombalgia crónica, a osteoartrose, as cefaleias e a artrite reumatóide são algumas das causas mais frequentes de dor crónica. Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida das pessoas está gravemente afectada, podendo em muitos casos conduzir à incapacidade para o trabalho.
Em Portugal a dor crónica atinge mais de 30 por cento dos adultos portugueses. Cerca de metade dos custos relacionados com a dor crónica (1,6 mil milhões de euros) devem-se a despesas com cuidados de saúde, enquanto o restante resulta dos chamados custos indirectos, tais como o absentismo e as reformas antecipadas provocadas pela dor crónica.
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor tem por objectivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor.