segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Medidas anti-desemprego anunciadas pelo Governo no Algarve são "operação mediática" - PCP



O PCP classificou hoje de "operação mediática" as medidas de combate ao desemprego anunciadas em janeiro no Algarve pela ministra do Trabalho, acusando o Governo de querer "passar a ideia de que está a fazer alguma coisa".
A Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP diz que o desemprego real na região atinge os 12 por cento, o que representa cerca de 30 mil trabalhadores, a "maior cifra dos últimos 25 anos", dizem os comunistas em comunicado.
A ministra do Trabalho e Solidariedade Social disse, durante uma visita ao Algarve, em meados de janeiro, que seriam investidos na região 30 milhões de euros para apoiar vinte mil pessoas ao abrigo da Iniciativa Emprego 2010.
Contudo, o PCP diz que as verbas nacionais destinadas à Iniciativa Emprego 2009 eram superiores em 164 milhões de euros às previstas para o ano de 2010 (580 milhões contra os atuais 416 milhões).
"A realidade é que uma parte substancial dos programas que fazem parte dessa denominada Iniciativa Emprego, por um lado, estimulam a precariedade e, por outro, não dão resposta à situação da região", afirmam.
De acordo com os comunistas, o Algarve é a única região onde a percentagem dos trabalhadores com vínculo precário atinge cerca de 50 por cento, contra uma média nacional de 31 por cento.
Para o PCP, a solução para o desemprego passa pelo abandono das políticas de direita e pela implementação de um novo rumo para a vida regional, que dinamize a produção, dê apoio os pequenos empresários e consiga atrair investimento.
Os comunistas dizem ainda, em comunicado, ser necessário lançar obras públicas que correspondam a "objetivos estruturantes para o desenvolvimento regional, como a modernização da linha ferroviária".
No que respeita ao Orçamento do Estado para 2010, o PCP afirma que o documento insiste nas políticas de "penalização" dos funcionários públicos e na ausência de apoio efetivo às micro e pequenas empresas.
"Um Orçamento que aprofundará as desigualdades, a pobreza e a exclusão, ou seja, que prossegue no essencial a mesma política de sacrifícios para os do costume e benesses para quem lucra milhões", conclui o PCP.
Para o dia 20 de Fevereiro está marcada em Faro uma ação contra o desemprego e a precariedade organizada pela União de Sindicatos do Algarve.
A DORAL do PCP prevê também executar um conjunto de ações na região até março sob o lema "Lutar contras as injustiças, lutar por uma vida melhor".
Lusa