«Em Portugal, existem muitas crianças nesta situação de risco, de pobreza e de exclusão infantil e é uma obrigação ética e política, quer do Estado, quer da sociedade civil, fazer tudo o que está ao seu alcance para que as crianças possam crescer em felicidade e ter uma infância de qualidade», defendeu hoje Cavaco Silva na visita que realizou, acompanhado da sua esposa, a primeira-dama Maria Cavaco Silva, ao Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, onde conviveram com as crianças.
“As crianças justificam que se faça um esforço, mesmo no domínio orçamental. Este (do Refúgio Aboim Ascensão) é um modelo (emergência infantil) exigente, que requer meios e recursos, num contexto de baixa natalidade e de crescente risco”, sublinhou o Presidente da República.
"Esta situação de baixíssima natalidade e de muitas crianças em situação de risco, pobreza e exclusão infantil não é boa para o futuro do nosso país", salientou a propósito.
Cavaco Silva está ciente que o sistema de emergência infantil “devia ser replicado noutras partes do país”, até porque, acrescentou o PR, “existem demasiadas crianças a viverem durante demasiado tempo em instituições”, por tal é “preciso trabalhar para que encontrem o mais rápido possível um colo, ou seja, uma família”.
Cavaco Silva admitiu ainda que pretende aguardar pelos efeitos da lei do apadrinhamento civil na adopção de adolescentes, sublinhando que “essa lei não é assim tão recente. O que está neste momento em causa é a regulamentação dessa lei. É uma tentativa de resposta a crianças já de uma idade que não é infantil, numa tentativa de lhes encontrar uma casa».
A “emergência infantil” foi criada em 1985, altura em que Cavaco era primeiro-ministro, , mas esta foi a primeira visita de Cavaco Silva ao Refúgio Aboim Ascensão enquanto Presidente da República, apesar de já antes ter visitado a instituição, em 1995 e 2001.
Com a visita, Cavaco Silva quis deixar publicamente o reconhecimento pela acção do Refúgio Aboim Ascensão, impulsionadora no nosso Páis da “emergência infantil”, já lá vão 25 anos.
Já o director do Refúgio, Luís Villas-Boas, recordou a história da instituição, fundada em Faro, em 1933, POR MANUEL ABOIM ASCENSÃO DE SANDE DE LEMOS, SEU GENRO E SOBRINHO, desde sempre ligada à família destacando que “o modelo de trabalho implementado no Refúgio Aboim Ascensão devia ser replicado no país, sob forma de um sistema nacional de emergência infantil, pois muito falta ainda mudar no tratamento das crianças em Portugal”, assumiu.