quarta-feira, 12 de maio de 2010

Plano de combate a incêndios florestais do Algarve foi apresentado: “PREVENÇÃO E ACTUAÇÃO RÁPIDA E MUSCULADA” SÃO AS PRINCIPAIS APOSTAS



A prevenção e sensibilização das populações, uma aposta no ataque inicial e uma forte colaboração com os serviços municipais são os principais pontos do Plano Operacional Distrital de Combate a Incêndios Florestais do Algarve, apresentado hoje no salão nobre Governo Civil do Distrito de Faro, repleto de autarcas e representantes das autoridades policiais e de protecção civil algarvias.
“A partir deste momento estamos melhor preparados para dar uma resposta mais estruturada às situações de emergência e sobretudo para prever e prevenir os incêndios florestais”, afirmou a Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, referindo-se à aprovação do Plano de Operações Distrital -Incêndios Florestais e do Plano Operacional Distrital de Defesa da Floresta.
O plano elenca os meios e recursos disponíveis para combater incêndios nas três fases de atuação (Bravo, Charlie e Delta), os setores estratégicos e locais de estacionamento e a forma de organização e atuação das diversas entidades no combate aos fogos florestais.
“Este trabalho só terá sucesso se for executado em rede e a verdade é que, no Algarve, todos os responsáveis estão sensibilizados para esta causa. Estamos todos empenhados em encontrar as melhores respostas para a região e para os cidadãos, porque essa é a nossa principal preocupação”, reconheceu Isilda Gomes, apelando à participação cada vez mais activa por parte de toda a população no que diz respeito à prevenção dos incêndios florestais.
“A partir de agora, o Algarve fica melhor preparado para responder a incêndios florestais, porque conta com um plano de ação estruturado e aposta na prevenção. Estamos sem dúvida nenhuma melhor preparados e as ações de formação realizadas pela Autoridade Nacional das Florestas já são uma consequência deste plano", afirmou Isilda Gomes, anunciando ao mesmo tempo que “estão previstas 31 ações de sensibilização, mas estas poderão via a ser em número superior, tendo em conta a disponibilidade das entidades envolvidas”.
A Governadora admitiu que “o plano foi elaborado em função das necessidades e dados disponíveis”, tudo para se "ter a capacidade de prever, prevenir e dar resposta aos incêndios florestais”.
Por seu turno, comungando das mesmas preocupações, o Comandante Distrital de Protecção Civil, Vaz Pinto, admitiu que “os meios previstos para este ano na região são os mesmos do ano passado, porque se considerou que eram os suficientes e adequados".
Mas o operacional acabou por reconhecer a preocupação com “um eventual agravamento da propagação dos incêndios, já que o combustível existente na área florestal aumentou devido à intensidade pluvial registada nos últimos meses”.
“Este pode ser um ano bastante problemático, caso se verifiquem as condições meteorológicas registadas em 2003 e 2004, pois choveu muito, há muita vegetação espontânea e muitos herbáceos, o que poderá aumentar a rapidez de propagação dos incêndios”, sublinhou Vaz Pinto. Uma preocupação que levou o principal responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro (CDOS) a “apelar às populações para que tenham um cuidado redobrado, especialmente com a realização de queimas, as quais devem ser controladas pelas entidades competentes”.
Ainda para Vaz Pinto, "um dos principais objetivos é garantir um ataque inicial musculado e rápido, tendo 15 minutos depois do alerta meios no terreno".
Aliás, o responsável do CDOS fez questão de salientar a “cooperação muito positiva por parte das autarquias e respectivos Serviços Municipais de Protecção Civil, responsável pelo nível de eficácia das intervenções no terreno”.
Sobre este têma, a Governadora Civil, Isilda Gomes, além de destacar o papel das autarquias na prevenção e combate aos incêndios florestais, apelou aos autarcas para “um maior rigor na concretização dos autos levantados pela GNR no âmbito das acções de fiscalização”.
Vaz Pinto deixou ainda a notícia que “o final da fase Delta, que começa a 01 de outubro e deveria terminar no dia 15, foi este ano alargada até ao dia 31do mesmo mês, com vista a garantir o prolongamento da presença dos meios no terreno, tendo em conta a previsão de risco elevado para a ocorrência de incêndios na região".
A concluir, Isilda Gomes anunciou que "O DECIF/2010 será apresentado no próximo sábado, pelas 10h00, na Avenida da República, em Vila Real de Santo António, será activado apenas no dia 1 de Junho, já durante a fase Bravo, que terá início no dia 15 deste mês devido ao reduzido risco de incêndios florestais, associado às actuais condições atmosféricas".
O plano prevê que a fase Charlie, que decorre de 1 de Julho a 30 de Setembro, considerado o período mais crítico do ano, concentrará na região uma força operacional conjunta composta por 94 equipas, num total de 506 elementos e 129 veículos. Durante este período o Algarve contará ainda com o apoio de três meios aéreos, estacionados nos heliportos de Cachopo, Loulé e Monchique.