domingo, 4 de dezembro de 2011
Tavira: Rancho Folclórico inaugura sede
Nesta época do ano, os Ranchos Folclóricos aproveitam para preparar a nova época e ao mesmo tempo, tentar captar novos elementos. A sede social do grupo de Tavira é um sonho de longa data. Já passaram alguns anos desde que o espaço foi cedido, pela Câmara Municipal de Tavira, em regime de comodato, ainda em tosco. Foi necessário proceder às necessárias obras de acabamento que foram morosas por falta de apoios financeiros.
Porque nos ligam alguns laços de amizade e, daí o conhecimento da vida da colectividade, fomos assistir a um ensaio e aproveitamos para visitar as instalações acompanhados por Luís Firmino, presidente da Direcção. No rés-do-chão, o salão para os ensaios. No primeiro andar o gabinete da direcção e um museu etnográfico.
- Depois de 34 anos a sede está pronta a ser inaugurada. Mesmo sem sede própria, a recolha das tradições tem sido divulgada pelo País fora e estrangeiro. A partir de agora…
- Já temos a sede cedida à alguns anos. Não foi fácil conseguir os apoios para a conclusão da obra. Tivemos de ter algumas iniciativas para angariar mais algum dinheiro e foi assim que conseguimos acabar a sede.
- Acabei de assistir a um ensaio e parece-me que há mais raparigas que rapazes?
- É verdade. As raparigas estão em número superior aos rapazes. Elas estão com mais vontade de andar no folclore do que os rapazes. Eles têm vergonha de aparecer com um traje. O folclore é bom para se andar. É divertido. Conhecem-se outras terras, outras pessoas, outros países, como nós tivemos oportunidade de conhecer e quem quiser vir para cá será bem recebido.
- Alguns já andam à mais de dez anos.
- É verdade. Algumas vieram ainda em crianças e continuam com muito gosto. Puxando um pouco o caso da juventude, da vergonha, eles andam cá. Adoram isto. Alguns poderão querer sair, mas pelo bichinho do folclore não saem e continuam por cá.
- Agora estão na fase de ensaios. Já têm programado o ano de 2012?
- Sim. Com os festivais. Com o nosso festival que é preparado de um ano para o outro. Felizmente os Ranchos do Algarve ainda são muito solicitados e vão continuar a ser nível de todo o País e nós estamos cá para representar o folclore algarvio.
Luís Firmino recordou-nos que anda no Rancho à mais de vinte anos e que ensaiara em muitos locais diferentes. “Agora as condições são diferentes. É no nosso espaço!”
Longe vai o tempo em que as moças e os moços, para poderem sair de casa, ih para os Ranchos. Hoje, as “ofertas” são outras e, por conhecimento próprio, nãoi como parte integrante do grupo, mas saber como é, para andar no folclore é preciso gostar muito e fazendo eco das palavras do Luís Firmino. Moços, por onde andam?
Geraldo de Jesus