segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL TEM SIDO APOSTA DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ

Na sessão de abertura da Conferência “Património Cultural – Uma nova convenção do Conselho da Europa para o Século XXI”, realizada na passada sexta-feira, 28 de outubro, no Cione-Teatro Louletano, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Seruca Emídio falou da forma atenta como o executivo tem olhado para o património cultural e como o tem integrado “como um inovador instrumento nas suas políticas públicas de promoção do desenvolvimento”.
Indo ao encontro dos princípios da Convenção de Faro, o autarca referiu que o património cultural “não se confina aos monumentos ou às coleções de objetos mas inclui muitas outras vertentes como as tradições e modos, as festividades anuais, as técnicas tradicionais artesanais e agrícolas, e inclui igualmente, novas abordagens e novos questionamentos ao património”. Nesse sentido, referiu a forma original como as Jornadas do Património 2011 foram assinaladas no Concelho , através de visitas guiadas ao Cemitério de Loulé, dando o mote para uma nova aposta em matéria de turismo: o Turismos Cemiterial. A Autarquia de Loulé tem apostado também no apoio a projetos e estudos sobre o Património Cultural, e nesse sentido, o edil referiu o projeto “Património Oral do Concelho de Loulé”, desenvolvido por Idália Farinho, Maria Aliete Galhoz e Isabel Cardigos, ou o II Encontro de Tradição Oral “Vozes da Terra”, que se realizou este ano, em Querença, desenvolvido em colaboração com a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, cujo tema foi o Cancioneiro do Concelho de Loulé.
Nesta área, o responsável do Município destacou também o apoio à Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade, sob a direção de Ruivinho Brazão, que tem vindo a fazer recolhas de provérbios, cantigas de baile de roda, trava línguas e outros trabalhos na área da oralidade, sendo a expressão mais visível deste trabalho o das Moças Nagragadas, e a tradição oral e musical das memórias vivas representada por pessoas da terra como Filipa Faísca e irmãs, de Querença, ou os Velhos da Torre, de Alte. No que diz respeito a estudos sobre a história local, Seruca Emídio citou a tese de doutoramento de Pedro Prista, em 1993, sobre “Morfologias e Processos Sociais no Alto Barrocal Algarvio”, ou a tese de doutoramento de Fátima Botão, “A Construção de uma Identidade Urbana no Algarve Medieval – o caso de Loulé”, distinguido com um prémio nacional. O presidente da Autarquia destacou ainda a importância do Carnaval de Loulé, o mais antigo corso português, a tradição que existe no Concelho em termos de artesanato, ou ainda os trabalhos arqueológicos que decorrem na Casa das Bicas, no casco medieval de Loulé. “Por tudo isto, faz todo o sentido falarmos de Património Imaterial no concelho de Loulé porque podemos afirmar, com justeza, o trabalho que se tem realizado em prol do seu estudo, registo, salvaguarda e difusão”, disse ainda Seruca Emídio.