quarta-feira, 21 de setembro de 2011
IMIGRANTES: O QUE FAZEM AS ASSOCIAÇÕES DE APOIO
Na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira, Rita Bessa, do Gabinete de Apoio à Vítima Tavira – APAV, apresentou alguns dados sobre a actividade do Gabinete que tem em todo o País quinze Gabinetes de Apoio à Vitima, duas casas de abrigo para mulheres e crianças vitimas de violência (a linha de apoio à vitima é: 707 200 077), Uma unidade de apoio à vitima imigrante e discriminação racial ou étnica. Uma unidade de apoio à vitima migrante e de discriminação – Açores e um centro local de apoio à integração de imigrantes – Vila Real.
Entre outros a APAV apoia vítimas de todos os crimes. Violência doméstica, contra as pessoas, humanidade, património, furto e abuso de confianças. Apoio focado na abordagem dos direitos humanos, cooperação com outras instituições e conduz o processo de apoio conforme o utente quiser.
Alguns dados da 1ª. Edição do projecto-sul região Algarve, período de 2008 a 2011, unidade móvel de apoio a imigrantes vitimas de crime. Apoio directo a imigrantes (900 atendimentos). Prevenção (140 intervenções. Dois mil destinatários profissionais e comunidade em geral. Produção de Campanha de sensibilização (TSH). Manual de Apoio a imigrantes vitimas de crime.
Na 2ª. Edição Sul (2011 – 2013), há uma unidade móvel na região Algarve, estando prevista a disseminação kit de apoio imigrante (workshops de especialização). Prevenção nos agrupamentos escolares do Algarve (direitos humanos, discriminação).
Apoio à vítima imigrante, especialidades: Língua, cultura, religião, ausência de rede social de apoio. Direitos e deveres, instituições de apoio “Homem Mulher”.
Rita Bessa, acrescentou-nos que cada vez as pessoas se dirigem mais aos “nossos gabinetes, por telefone, e-mail, a dizer dos seus problemas. Não têm de ser só crimes de violência doméstica. Qualquer tipo de crime”.
- Sobre os dados apresentados, pode esclarecer melhor?
- Este projecto foi uma candidatura. Começou em 2008 e durou até final de 2010. Foi mais dirigido à população imigrante a nível do Algarve todo. A sede em Tavira tem uma unidade móvel que fazia o apoio directo a essas vitimas em todo o Sotavento e Barlavento. Nesse apoio directo trabalhamos muito as questões da prevenção, de informação junto dos profissionais. Neste momento estamos com a 2ª edição do projecto sul. Fixemos outra candidatura. Foi aprovada. Começamos em Setembro e vai até 2013, dando continuidade ao trabalho que foi feito na região em todo o Algarve.
- Em todo o País 15 gabinetes. No Algarve 5.
- Sim. Dado que temos litoral, barrocal e serra. Estamos em Tavira, Faro, Albufeira, Loulé e Portimão. A primeira região com mais imigrantes é Lisboa e a 2ª. é o Algarve. Têm acontecido mais crimes contra o património, mais assaltos às habitações que estão mais isoladas e neste tipo de situações a APAV também pode prestar apoio. Dá ajuda em termos de apoio psicológico, social, apoia a fazer a queixa, apoia em termos de cartões bancários, seguros.
Rita Bessa, disse-nos que a APAV tem 21 anos e que começa a apostar na comunidade escolar “para evitar certo tipo de situações, como racismo, descriminação social, religião”. O voluntariado de pessoas com aptidão na área é uma forma de colmatar a falta de meios humanos.
- Algumas pessoas têm receio de que as suas declarações sejam tornadas publicas. Esse receio tem algum fundamento?
- Não. As declarações são confidenciais. Nós apoiamos, mas temos sempre em atenção a vontade das próprias vitimas.
Estava prevista a participação da Associação Tavirense de Apoio ao Imigrante, representada pelo presidente da direcção, José Gregório Gonçalves. Segundo informação obtida no local, apesar de terem sido feitas várias tentativas, não foi possível o contacto, nem foi dada qualquer justificação para a ausência.
Geraldo de Jesus