domingo, 12 de junho de 2011

Organização Mundial de Turismo aponta Portugal como exemplo a seguir

Cerca de duas centenas de especialistas de universidades, instituições e entidades de todo o mundo ligadas ao turismo debateram em Vilamoura, durante três dias, os grandes desafios que se colocam ao Turismo actual: as alterações climáticas, os problemas do desenvolvimento e combate à pobreza e as novas formas de governação e boas políticas públicas.

Organizada pela Universidade do Algarve e pela Organização Mundial de Turismo, a conferência «Tourism and Science: Bridging Theory and Practice» contou com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República e com o apoio do Turismo de Portugal.
Para os maiores especialistas mundiais na área do turismo, não basta construir pontes entre o meio académico e a actividade turística. «É preciso que haja tráfego nessas pontes, temos que tornar útil esse conhecimento produzido no meio académico», referiu Eduardo Fayos-Solà, Secretário Executivo da Rede de Conhecimento da OMT.

O Turismo foi considerado «um valor seguro» para o desenvolvimento dos países, mas os especialistas alertaram para o facto de este desenvolvimento exigir modelos de governança forte e boas políticas públicas.
Segundo estes especialistas, Portugal é um exemplo de como o Turismo pode contribuir para a recuperação económica. «Apesar das dificuldades que o país atravessa, é evidente que a recuperação está em curso», afirmou o Secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Taleb Rifai, que lembrou os números relativos a 2010: «O turismo em Portugal tem vindo a crescer de forma constante nos últimos anos, encontrando-se acima da média do Sul do Mediterrâneo. Em 2010, por exemplo, Portugal cresceu 6% em relação à região do Mediterrâneo, que em termos globais cresceu 2%.”

Na opinião de um dos mais prestigiados investigadores a nível mundial, professor catedrático da Universidade do Algarve, “Portugal enfrenta os mesmos desafios que os outros países e por isso tem de se concentrar sobre aquilo que torna o país verdadeiramente distinto e original em relação aos destinos concorrentes, quer em termos sociais, culturais ou geográficos”, reconheceu Jafar Jafari.
Para o Reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, “esta instituição entendeu que a realização deste Fórum contribui para um melhor entendimento do papel conjunto do conhecimento e da experiência prática, assegurando níveis intensos de permeabilidade e de enriquecimento mútuo”.
Em termos de balanço final, Adão Flores, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve considerou que a organização deste Fórum teve um forte impacto na projecção da imagem da Universidade, nos meios académicos internacionais. «A imagem da Universidade do Algarve saiu muito valorizada e isso traduziu-se imediatamente na abertura de protocolos com diversas universidades e instituições académicas ligadas ao turismo, tendo em vista o intercâmbio de alunos, parcerias e participação em projectos comuns», referiu.
Numa cerimónia bastante emotiva, decorreu ainda a entrega dos Prémios Ulysses 2011, integrada no programa do Fórum Internacional.
Considerados os «Prémios Nobel» do Turismo, estes galardões pretendem reconhecer e estimular projectos turísticos inovadores, que contribuam de forma decisiva para o desenvolvimento do sector.
Portugal voltou a ser premiado pelo segundo ano consecutivo, desta vez através da Secretaria Regional do Turismo e Transportes da Madeira e do seu projecto «Estabelecimento Amigo do Ambiente».
O Prémio Ulysses destinado a premiar uma personalidade cuja carreira tenha contribuído de forma excepcional para o conhecimento do turismo foi este ano atribuído ao Professor Kaye Chon, decano e professor catedrático da Escola de Hotelaria e Turismo da Universidade Politécnica de Hong Kong.