domingo, 1 de maio de 2011

APRESENTAÇÃO DAS “MEMÓRIAS DE MARIA VELEDA” NA ALCAIDARIA DO CASTELO DE LOULÉ

No próximo dia 6 de Maio, pelas 18h00, na Alcaidaria do Castelo, Luís Guerreiro, Chefe de Divisão de Cultura e Museus da Câmara Municipal de Loulé, apresenta o livro “Memórias de Maria Veleda – feminista, republicana, escritora e conferencista”, com introdução e notas de Natividade Monteiro.

Nas comemorações do Centenário da República, a publicação das “Memórias de Maria Veleda” constitui uma homenagem à sua autora, escritora brilhante e sensível, conferencista das mais insignes, republicana coerente, feminista entusiasta que, pelo seu perfil e percurso singular, marcou o movimento de emancipação feminina e a época em que viveu.
As “Memórias de Maria Veleda” testemunham como ela e as companheiras participaram e influíram no rumo dos acontecimentos, ao lado dos chefes republicanos que as incentivaram a lutar pela República e as convenceram de que a causa da democracia era a causa do feminismo e que as reivindicações feministas seriam satisfeitas logo que eles chegassem ao poder. A República trouxe-lhes algumas vitórias e muitas desilusões mas os ideais e os valores que as nortearam permanecem vivos e constituem um património de memória histórica que é preciso valorizar e preservar.
Maria Carolina Frederico Crispim nasceu em Faro em 1871 numa família burguesa. O pai, com ascendentes britânicos, era personalidade com relevo na vida social e cultural local. Faleceu, porém, em 1882, deixando a família em dificuldades. A jovem Maria Carolina que tinha tido uma educação cuidada e convivia, desde cedo, com livros, jornais e teatro, decidiu, aos 15 anos, conquistar autonomia de vida. Dedicou-se ao ensino, dando explicações particulares. Em 1896 vai para Lisboa, com um filho que adoptara cinco anos antes. Exercerá o professorado em Odivelas, Ferreira do Alentejo, Serpa, antes de regressar a Lisboa em 1905. Em 1899 tem um filho de uma ligação com o escritor Cândido Guerreiro, com quem no entanto decidira não casar.
Publicista de excelentes recursos, colaborou em jornais locais, publicou textos de intervenção e peças de teatro. Tornou-se uma figura cimeira do feminismo e enfileirou no republicanismo. Tem uma larga participação em ambos os movimentos, entre 1905 e 1921. Usou o nome “de guerra” de Maria Veleda.
Maria Veleda foi uma mulher pioneira na luta pela educação das crianças e os direitos das mulheres e na propaganda dos ideais republicanos, destacando-se como uma das mais importantes dirigentes do primeiro movimento feminista português.