sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Olhão é o primeiro concelho da região com Biblioteca Associada da UNESCO


A secretária executiva da Comissão Nacional da Unesco em Portugal, Manuela Galhardo, entregou anteontem ao vice-presidente da Câmara de Olhão António Pina, na ‘casa da cultura’ de Olhão, o certificado de Biblioteca Associada da UNESCO, sendo esta estrutura municipal olhanense a primeira na região algarvia e a sexta a nível nacional a receber a distinção. Também duas escolas do concelho receberam o Certificado de Adesão à Rede de Escolas Associadas desta organização das Nações Unidas.

O papel desempenhado pela Biblioteca Municipal de Olhão, com grande dinamismo na organização de eventos e na interacção com o público local e visitante, foram alguns dos motivos que levaram a UNESCO a reconhecer a casa da cultura olhanense com o certificado de membro da Rede de Bibliotecas Associadas da UNESCO, a primeira no Algarve a receber o galardão.
No mesmo dia, 23 de Fevereiro, foi também entregue às escolas EB 2,3 Alberto Iria e Secundária Francisco Fernandes Lopes o certificado de adesão à Rede de Escolas Associadas da UNESCO, pelo trabalho desenvolvido em consonância com os desígnios defendidos por aquela organização em matéria de educação. O tema escolhido para o trabalho apresentado foi “Formosa… Empreender com sustentabilidade”.

“Se tivéssemos de assinalar este dia com um nome, em Olhão, este seria o Dia da Unesco”, referiu o vice-presidente da Câmara de Olhão, António Pina, ao receber das mãos de Manuela Galhardo o certificado que comprova que a Biblioteca Municipal olhanense passa a ser associada da UNESCO.
“A Biblioteca não é só um local de saber, é também um local de partilha de várias experiências e de novas formas de comunicação, como a internet, através da qual temos esta casa espalhada pelos vários continentes e os cidadãos do Mundo que nos visitam também recorrem a ela. Temos aqui hoje vários estrangeiros que estão de férias ou a residir em Olhão e que procuram a biblioteca para ler jornais, livros, utilizar a internet…”, destacou António Pina, para quem “este reconhecimento da UNESCO é para todas as pessoas que fazem a biblioteca, para todos os funcionários que trabalham neste edifício, que devem sentir que a Unesco reconheceu o seu trabalho”.

Depois de Olhão ter sido o palco, em 2010, das comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, “continuamos a manter uma boa relação e agora estreitamos trabalho noutras áreas, como a cultura e a educação”, assinalou por sua vez a secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO em Portugal, Manuela Galhardo.

A biblioteca olhanense, tendo em conta as suas características, disse Manuela Galhardo, “constituiu-se como mais um ponto dentro do mapa UNESCO que temos obrigação de construir em Portugal, onde existem grupos de pessoas e entidades que demonstram empenho em trazer para junto das suas comunidades aqueles que são os grandes valores da organização. Por isso tenho muito prazer em entregar estes certificados”.
Em conjunto com estas três estruturas olhanenses agora reconhecidas, aquela responsável acredita que é possível “ganhar mais adeptos ao nível do conhecimento e reconhecimento das capacidades e das tarefas que é possível concretizar pelas comunidades locais”. O trabalho aqui desenvolvido pode ter uma expressão também a nível internacional, refere Manuela Galhardo, já que “as preocupações aqui encontradas, de ligação à comunidade local, existem noutros pontos muito diferentes do planeta. Há uma pertinência no trabalho que é feito, que pode ser a base para perspectivas comparadas com outros países”.

A secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO em Portugal menciona que o público da Biblioteca Municipal de Olhão, “embora sendo residual, já tem alguma expressão e também inclui muitos estrangeiros”. Estes, ao procurarem a biblioteca, acabam por motivar os funcionários para uma oferta mais diversificada, de modo a corresponder às suas necessidades. “É uma maneira de servir a comunidade, este espaço está muito próximo das populações e reitero que esse é um ponto de extrema importância para nós e ao qual demos muita atenção. É fundamental pensar a nível global mas actuar a nível local”, frisou.

O principal objectivo da Rede de Bibliotecas Associadas da UNESCO é encorajar estes espaços de cultura a desenvolver actividades nos domínios da organização, como a promoção dos direitos humanos e da paz, do diálogo cultural, a protecção do ambiente ou a luta contra o analfabetismo. Mais de 500 bibliotecas em todo o mundo já são membros da Rede.

Na primeira biblioteca do Algarve associada da UNESCO, o trabalho de colaboração com a organização das Nações Unidas, tal como nas escolas referidas, vai continuar. “Há a possibilidade de desenvolver outras iniciativas em conjunto e com a oferta que podemos proporcionar é possível juntar esforços para fazer mais. Já temos patente, aqui na Biblioteca, a exposição A UNESCO em Cartaz, bastante completa e que mostra as actividades a que a organização se dedica. Este é apenas um primeiro passo”, garantiu a responsável da UNESCO na sua visita a Olhão.