Capacidade para 66 crianças mas com lista de espera de 75
Equipamento foi criado no âmbito do Programa PARES e teve uma comparticipação de 274 mil euros da Autarquia.
Depois do “Espaço Infantil” do Centro Social Autárquico de Loulé, inaugurado em 2009, e da Creche “Meninos do Aleixo”, que abriu portas o ano passado, em Quarteira, o Concelho de Loulé passa a ter desde o primeiro dia de Fevereiro mais um equipamento de apoio à primeira infância. Trata-se da Creche da “Nova Terra”, em Vale de Rãs, uma das zonas de maior expansão na cidade de Loulé.
Os responsáveis da instituição aproveitaram o simbolismo do Aniversário da Cidade, que se assinalou no dia 1 de Fevereiro, para inaugurar este equipamento criado no âmbito do Programa PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais, com o apoio da Autarquia louletana. “Esta creche nasceu devido ao empenho e persistência de alguns apoios da segurança social, através do PARES, e da Câmara Municipal de Loulé, que nos cedeu o terreno”, sublinhou Óscar Carvalho, presidente da NT Social, uma instituição que gere um outro espaço na cidade com valências de creche, jardim-de-infância e ATL, dando resposta a 270 crianças entre os 4 meses e os 9 anos, e criando 55 postos de trabalho.
Esta nova infra-estrutura tem capacidade para albergar 66 crianças, dos 4 aos 36 messe - duas salas de berçário para 16 bebés, dois espaços para 30 crianças dos 24 aos 36 meses e dois espaços para 20 crianças dos 12 aos 24 meses. Mas neste momento, segundo este responsável, a lotação já está esgotada, com uma lista de espera com 75 inscrições.
O custo total da obra ultrapassou o valor inicialmente previsto na ordem dos 580 mil euros, (em que a Câmara de Loulé comparticipou com 274 mil euros) devido aos arranjos exteriores e um aumento da área de construção.
A Segurança Social irá comparticipar agora nas despesas de funcionamento com um montante anual de 190 mil euros, “permitindo que as crianças desfavorecidas possam também usufruir desta creche”, segundo o representante da Segurança Social no Algarve, Arnaldo Oliveira.
Este responsável falou da importância das parcerias para levar para a frente projectos como este na “assumpção de uma responsabilidade solidária partilhada”. “É importante que este modelo se reforce”, sublinhou, garantindo que em período de crise é possível “conciliar a modernização e reforço da competitividade com uma política social”.
Esta ideia é partilhada pela Governadora Civil, Isilda Gomes, que considerou esta obra “mais um passo decisivo para a construção de igualdade entre cidadãos, daqueles que necessitam de apoio do Estado para que possam ter recursos”.
No âmbito do Programa PARES I e II, as 28 candidaturas na região do Algarve permitiram dar 35 respostas sociais, com 1671 beneficiários e a criação de 503 postos de trabalho, num investimento de 19 milhões de euros, em que mais de 9 milhões correspondem a um investimento governamental. “Esta constitui uma disponibilização de meios que dificilmente voltaremos a ter”, afirmou a Governadora Civil, que adiantou ainda “que são as crianças e os idosos que mais precisam destas respostas sociais”.
Do investimento global para o Algarve, 23% diz respeito ao Concelho de Loulé. São sete os projectos de resposta social, criados ao abrigo do PARES, em que a Câmara de Loulé comparticipa: Creche da “Nova Terra” (274 mil euros e cedência de terreno); Creche “Meninos do Aleixo” (279 mil euros); Creche das Pereiras (77,500 mil euros); Creche e Lar de Idosos de Salir (349 mil euros), Lar da ASCA (427 mil euros) e Creche da Tôr (98 mil euros).
O presidente da edilidade louletana adiantou que, neste momento, está também aprovada a construção de mais três lares no interior, que terão uma comparticipação financeira por parte do Município de 50%: Ameixial, Tôr e Benafim. “Trata-se de uma população envelhecida e com poucos recursos. No interior do Concelho, a Câmara tem de ser o amortecedor social das carências existentes”, afirmou Seruca Emídio.
Quanto às necessidades que ainda subsistem na cidade de Loulé, mesmo após a criação da Creche da “Nova Terra”, o autarca justificou-as com a importância crescente da sede de Concelho e a sua atractividade. “Loulé é hoje o centro nevrálgico do maior Concelho do Algarve. Isto deve-se à criação de condições para a fixação de casais jovens”, considerou, referindo que futuramente, com a ligação em quatro faixas de Loulé ao Aeroporto, a criação do Hospital Central no Parque das Cidades e a implantação de uma Loja IKEA, Loulé será uma cidade ainda mais procurada por novos residentes.
Seruca Emídio falou ainda do “excelente relacionamento entre a Câmara de Loulé, o poder central e os organismos regionais e das sinergias que vão ao encontro daquilo que as populações necessitam”.
