sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

APOS publica livro histórico sobre revolta de Olhão e Faro de 1808



No próximo dia 5 de Fevereiro (sábado), pelas 16h, terá lugar a apresentação do livro histórico "Restauração dos algarves pelos Heróis de Faro e Olhão", na Biblioteca Municipal de Faro, a cargo do Prof. António Rosa Mendes e da associação APOS, com a presença da Drª. Dália Paulo (Diretora Regional da Cultura do Algarve) e Drª.Alexandra Gonçalves (vereadora da cultura da Câmara Municipal de Faro).
A APOS (Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão) disponibiliza-se para mais informações através do tlm 967052502.
O livro em causa é uma peça de teatro de Luis de Sequeira Oliva, escrita em 1809, sobre a revolta ocorrida no Algarve uns meses antes, contra as tropas napoleónicas da 1ª Invasão Francesa.
O início desta revolta foi em Olhão em 16 de Junho de 1808, na época uma pequena aldeia de pescadores sem aristocracia, e que depois se alastrou a Faro e, finalmente, a todo o Algarve. Chamamos a atenção para a importância deste momento histórico para o Algarve, pois que esta 1ª Invasão Francesa foi a única ocupação por tropas estrangeiras que aqui ocorreu, desde que a província é portuguesa.
Edgar Cavaco encontrou esta peça de teatro nos arquivos da Biblioteca Nacional e foi o responsável pela adaptação e contextualização da obra. A APOS (Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão) e a editora Licorne, com o apoio primeiro da Direção Regional da Cultura do Algarve e da Câmara Municipal de Faro, e recentemente da de Olhão, publicou o livro.
Luis de Sequeira Oliva, que escreveu a peça em 1809, era então um dos autores mais fecundos da literatura patriota que na época proliferaram em Portugal, e baseou-se nesta revolta concreta de Olhão, talvez pelas razões expressas numa outra sua obra: “Os habitantes desta para sempre memorável população de pescadores não só tiveram a glória de serem os primeiros que sacudiram o tirânico jugo dos franceses em Portugal, mas a outra não menor de serem os primeiros que, embarcados num frágil esquife, afrontando as procelosas vagas do Atlântico, foram ao Rio de Janeiro noticiar ao nosso amado Príncipe a feliz Restauração de Portugal nos Algarves. Estes sim, são verdadeiros descendentes dos Gamas e Albuquerques”.
Mais do que uma obra literária importante, é sobretudo um documento histórico muito interessante para fazer a análise da revolta algarvia, nomeadamente a importância mediática que esta revolta teve no País, a existência da censura que tentava esconder os colaboracionismos de alguns portugueses de nomeada, e o protagonismo da mulher olhanense na revolta.