segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Secretário de Estado da Protecção Civil elogia coordenação entre estruturas operacionais durante o ALGARVE SISMAR'10


O Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, considerou hoje que a coordenação entre diversos Órgãos de Direcção, Coordenação Politica e Institucional e de Comando dos níveis distrital e municipal foi plenamente alcançada no âmbito do exercício realizado pela Comissão Distrital de Protecção Civil (CDPC), para testar o Plano Especial de Emergência de Protecção Civil para o Risco Sísmico e de Tsunamis na Região do Algarve (PEERST-Alg).
Vasco Franco, que acompanhou parte das acções desenvolvidas no âmbito do simulacro de um sismo de magnitude 8.7 na escala de Richter, efectuado no modo CPX (Comand Post Exercise – Exercício de Posto de Comando), reconheceu que, apesar da complexidade do exercício, a resposta dos 16 municípios foi excelente, sendo um dos aspectos positivos a retirar da sua análise e avaliação.
“Todos os municípios tiveram uma participação muito activa, tendo alguns aproveitado para testar os planos municipais de emergência de 2ª geração e este trabalho de articulação feito com as autoridades distritais ajuda muito a compreender melhor a importância desses instrumentos”, referiu o Secretário de Estado, para sublinhar o esforço que tem vindo a ser efectuado na área da Protecção Civil, nomeadamente que concerne ao risco sísmico, permitindo aumentar significativamente a capacidade de intervenção dos meios operacionais no País.
“Em nenhum País há uma preparação absoluta para responder a um sismo desta natureza, mas em Portugal temos agora algumas vantagens que não tínhamos há uns anos atrás, como o facto de contarmos com 18 Comandos Distritais de Operações de Socorro, o que nos permite organizar a ajuda às zonas mais necessitadas face a uma ocorrência”, realçou Vasco Franco, para observar que a ajuda de proximidade é a primeira que pode salvar mais vidas.
Reconhecendo o trabalho intenso desenvolvido no Algarve pela comunidade científica e os técnicos da Protecção Civil para a elaboração do PEERST-Alg, o Secretário de Estado sublinhou ainda a importância de instrumentos como o simulador de cenários sísmicos desenvolvido pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), utilizado para a construção do cenário em que decorreu o exercício.
A excelente coordenação verificada entre o Posto de Comando Distrital e os 16 Postos de Comando Municipais foi igualmente realçada pelo Chefe do Gabinete da Governadora Civil de Faro, Carlos Silva Gomes, Director do PEERST-Alg face à ausência da Governadora Civil devido a falecimento de familiar próximo.
Carlos Silva Gomes elogiou o “forte empenhamento” do escalão municipal nas operações abrangidas pelo exercício, que visou testar a resposta operacional e os procedimentos previstos no PEERST-Alg.
“Embora o planeamento seja feito ao nível distrital, a chave da sua execução e do seu êxito depende muito do nível municipal”, observou Carlos Silva Gomes, para salientar que, num primeiro balanço, foi possível apurar a “total e completa articulação entre o nível operacional e os responsáveis políticos de cada um dos municípios”.
Elogiando o envolvimento dos autarcas da região nesta acção, o Director do PEERST-Alg considerou ainda que um dos aspectos positivos do primeiro teste ao Plano Especial de Emergência foi a sua própria realização, tendo em conta que só através de aplicações no terreno é possível detectar atempadamente a eventual necessidade de ajustamento dos procedimentos previstos, garantindo assim a sua maior eficácia numa situação real.
Denominado ALGARVE SISMAR’10, o exercício realizado hoje permitiu detectar a necessidade de melhoramento de alguns aspectos, os quais, segundo o Comandante Operacional Distrital do Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro da ANPC, Vítor Vaz Pinto, serão introduzidas no PEERST-Alg até ao final de Janeiro de 2011, após avaliação da equipa de observadores no terreno, bem como dos diversos Agentes de Protecção Civil e Entidades Cooperantes que participaram no simulacro, para posterior aprovação do documento pela CDPC.
Num primeiro balanço do exercício, que não envolveu a mobilização de meios, Vaz Pinto realçou que, para além do teste ao Plano Distrital, o simulacro permitiu às autoridades políticas do escalão municipal avaliarem o retorno do investimento efectuado na área da Protecção Civil, bem como o respectivo nível de organização e de capacidade de resposta perante a ocorrência de um Acidente Grave ou Catástrofe.
O Comandante Operacional Distrital frisou ainda que, em matéria de comunicações, o Algarve dispõe actualmente de três redes estáveis que garantem uma cobertura muito próxima dos 100% em toda a região, nomeadamente Rede Operacional dos Bombeiros (ROB), Rede Estratégica de Protecção Civil (REPC) e Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), esta última implementada recentemente e que foi igualmente testada com sucesso no âmbito do ALGARVE SISMAR’10.
O exercício em modo CPX realizado hoje teve como cenário um simulacro de magnitude 8.7 na escala de Richter, com epicentro na Falha de Gorringe, a oeste-noroeste e 228,6 kms de Faro, à semelhança do ocorrido em 1755, tendo levado à declaração do estado de calamidade.
No terreno foram accionadas todas as componentes do PEERST-Alg, com vista à organização da resposta ao nível distrital e municipal, nomeadamente a Estrutura de Direcção e Coordenação Política, as Estruturas de Coordenação Institucional e a Estrutura de Comando, que integra um Posto de Comando Distrital e 16 Postos de Comando Municipais.
Ao sismo seguiram-se vários eventos, como a vibração de terrenos, tsunamis e liquefacção de solos, que deram origem ao colapso de vários edifícios, pontes, viadutos, vias-férreas e rodoviárias, bem como cheias, incêndios e outros incidentes devastadores que, no seu conjunto, provocaram danos materiais e ambientais avultados, bem como milhares de vítimas mortais.
De acordo com os resultados calculados pelo simulador de cenários sísmicos, um evento semelhante ao criado para testar o PEERST-Alg, provocaria entre 2.097 a 5.897 vítimas mortais; 471 a 3.470 feridos graves; 2.510 a 6.366 feridos leves e 11.815 a 32.654 desalojados.