O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, deslocou-se hoje a Faro para participar na tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD/Algarve, agora liderado por Luís Gomes, e, perante um salão de festas do centenário Clube Farense repleto de “laranjas” algarvios, apesar do discurso muito crítico para com o Governo de José Sócrates, aquele que é um dos “braços direitos” de Passos Coelho, não desfez o “tabu” político do momento sobre o sentido de voto, favorável ou contrário, do PSD ao Orçamento de Estado (OE) para 2011.
Mas o responsável social-democrta, em tom irónico, lançou uma questão: “Querem que o PSD viabilize este orçamento com esta insensibilidade?”. Em seguida apontou o dedo acusador: “Ainda querem fazer o TGV e o Aeroporto de Lisboa”. E, sem se deter, em jeito de advertência, Miguel Relvas garantiu: “O nosso projecto é um caminho alternativo”.
DESIDÉRIO SILVA, EDIL DE ALBUFEIRA, PRESIDENTE DA AG DISTRITAL PSD, DEU POSSE A LUÍS GOMES, PRESIDENTE DA CM DE VR DE ST. ANTÓNIO E AGORA TAMBÉM DO PSD/ALGARVE, QUE, ALÉM DE TRANSMITIR A "LEALDADE E SOLIDARIEDADE À DIRECÇÃO NACIONAL DO PSD", QUESTIONOU O PS SOBRE "COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL DO ALGARVE E A REQUALIFICAÇÃO DA EN 125?"
"Com ou sem orçamento, este Governo não tem condições para continuar a governar", afirmou, taxativamente, Miguel Relvas, ao mesmo tempo que acusava o Governo de ter mentido em Maio sobre a realidade da execução orçamental.
“Que credibilidade tem um primeiro-ministro que faltou à verdade? Que credibilidade temos nós de que esse primeiro-ministro não é mais uma vez a chave do problema e nunca a solução? Por isso vos digo que, com ou sem orçamento, este é um governo sem futuro”, sublinhou, recordando que o Governo deixa “4 submarinos para pagar, por ano, nos próximos 25 anos”.
E o secretério-geral do PSD foi ainda mais longe nas suas acusações ao Governo socialista: “Temos hoje um Governo com grande insensibilidade social, este OE demonstra que este Governo, com ou sem orçamento, é o passado, não tem condições para continuar governar e já não é parte do futuro para o qual temos que olhar”. “O PSD tem que ter a coragem de defender as suas convicções”, reforçou.
“Querem que o PSD viabilize este orçamento com esta insensibilidade”
Miguel Relvas não tem dúvidas que “o caminho do PSD é outro, é o de um projecto alternativo, que permita combater o desemprego”. Assim, “o PSD tem que ter a coragem de ser só refém das suas convicções e ter a liberdade e a capacidade de fazer aquilo em que acredita e de escolher o melhor caminho para o país”, rematou.
“É um caminho difícil, estreito, com obstáculo, mas o que os portugueses querem não é um governo de insensibilidade social cego, surdo e mudo como este. O que os portugueses querem é um projeto de esperança, de ambição, que traga emprego e competitividade para a economia portuguesa. É essa a nossa atitude, a nossa proposta para Portugal, e para isso contamos e precisamos dos portugueses”, reconheceu o político em jeito de apelo ao eleitorado.
Por outro lado, sem esquecer que Cavaco Silva, quando liderou o PSD, rompeu com o Bloco Central, o social-democrata admitiu: “O professor Cavaco, contra a opinião de tudo e de todos, e mesmo minoritário dentro do partido, teve coragem de romper com Bloco Central e dizer que nós queremos um novo projecto de esperança e que traga Portugal para o caminho do desenvolvimento. E a realidade transformou-se nos 10 anos de maior prosperidade e crescimento da economia portuguesa”.