sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Miguel Freitas garante apoio incondicional do PS Algarve a Manuel Alegre “para derrotar direita”
Presidente PS Algarve na Festa Reentré, na Pontinha,em Faro, garante apoio incondicional do PS Algarve a Manuel Alegre “para derrotar direita” e assume desafio para "mudança radical nos transportes públicos na região".
No convívio socialista realizado em Faro, o dirigente regional exigiu ainda ao Governo “mais respostas para combater desemprego”nas regiões do Norte e Algarve
Mudar o panorama dos transportes públicos na região é o grande desafio do PS Algarve para os próximos anos. O anúncio foi feito esta noite, em Faro, pelo Presidente da Federação, Miguel Freitas, que durante um jantar de convívio do Partido considerou os sinais de recuperação da economia como uma das “melhores notícias deste Verão” e garantiu o apoio incondicional dos socialistas algarvios à candidatura de Manuel Alegre às próximas Eleições Presidenciais.
“Este ano a região trabalhou bem e foi bom o verão algarvio. Bem podemos dizer que o Algarve resiste, apesar daqueles que já estavam dispostos a desistir”, disse Miguel Freitas durante o encontro, defendendo a criação de um “bom plano de mobilidade e transportes públicos” para uma região que dá sinais de recuperação económica, com o sector turístico a registar subidas das taxas de ocupação, sobretudo nas unidades hoteleiras de 4 e 5 estrelas, na sequência de uma forte aposta na requalificação da oferta.
Num discurso marcado pelo optimismo e por propostas concretas, apesar de reconhecer que “este não é um tempo de facilidades, mas de mostrar capacidade de resistência”, o dirigente regional assumiu como um dos grandes compromissos da agenda do PS para o Algarve, a criação de uma Entidade Regional de Transportes, tendo garantido que este é um projecto em que os deputados algarvios do Partido estão a trabalhar com o Governo.
“Os transportes têm um peso enorme na economia das empresas e das famílias algarvias. Mudar radicalmente o panorama dos transportes públicos na região, nos próximos cinco anos, é por isso a nosso desafio, que não é muito complicado, nem muito caro, exigindo apenas melhor organização e uma gestão integrada”, referiu o Presidente da Federação, para quem “um Algarve de qualidade reclama mais e melhor investimento público”.
Nesta matéria Miguel Freitas, destacou, entre outras “boas notícias” para a região, o aceleramento de grandes investimentos que atingirão um valor total de 1000 milhões de euros, nos próximos três anos, como os das obras em curso no aeroporto de Faro, da requalificação da EN 125 e construção do Hospital Central.
“O Hospital Central do Algarve vai mesmo avançar. O concurso está em fase de conclusão, bem como a operação para a criação de condições de financiamento. É essencial a parceria público-privada para a construção e só os que não querem que o Hospital avance é que defendem o contrário” frisou Miguel Freitas, realçando ainda o investimento de 105 milhões de euros para mais oito escolas na região e a aprovação de 150 milhões de euros para apoio às empresas no QREN, PRODER e PROMAR.
Exigidas ao Governo mais respostas para combater desemprego
“Este é o Algarve que queremos: um Algarve a mexer”, referiu o também Deputado eleito pelo Algarve, que aproveitou o encontro no Largo da Pontinha, onde estiveram reunidos cerca de um milhar de militantes e simpatizantes do PS, para deixar alguns recados ao Governo, a quem exige rapidez na concretização do mapa judiciário no Distrito de Faro, bem como mais e melhores políticas activas de emprego.
“Temos consciência de que é preciso mais para vencer o dilema do desemprego. É preciso mais dinamismo empresarial, maior responsabilidade social e mais políticas activas de emprego”, frisou Miguel Freitas, defendendo a criação de Programas Regionais de Qualificação e Emprego para regiões com maiores níveis de desemprego, como no casos do Norte e Algarve.
“É preciso arrancar urgentemente com programas-piloto de Qualificação e Emprego nestas regiões e são necessárias mais políticas activas de emprego e mais responsabilidade social nas empresas”, preconiza o líder socialista, apontando como exemplo deste esforço, a recente viabilização da Alisuper, que permitiu salvaguardar cerca de 1000 postos de trabalho directos e indirectos.
Para Miguel Freitas -que anunciou a semana passada a sua recandidatura à presidência da Federação do PS Algarve-, em matéria de investimento empresarial e de segurança também não faltam notícias animadoras para a região, respectivamente, a recuperação das actividades de produção regional e a redução da criminalidade (especialmente a violenta), a par da inexistência, até à data, de ocorrências graves na área da Protecção Civil, devido à eficácia operacional das autoridades competentes.
“Este é o Algarve que queremos. Um Algarve mais seguro”, sublinhou o dirigente regional do PS, para quem este é também o ano das grandes decisões no âmbito dos POLIS da Ria Formosa e da Costa Vicentina. Projectos que, no seu conjunto envolvem 125 milhões de euros para a requalificação ambiental e o desenvolvimento destes dois importantes territórios, para os quais o líder socialista exige “justiça de critérios” quanto ao processo de demolições nos núcleos piscatórios da zona lagunar e rapidez no que diz respeito à intervenção na zona do Barlavento, dinamizando assim a economia local.
“As boas notícias animam-nos. Mas isso não desvia a nossa atenção para o que o Algarve precisa e exige de nós. Manteremos o sentido de responsabilidade na defesa da nossa região. Somos um partido de compromisso. Nada nos faz sair desse caminho”, garantiu, perante as centenas de militantes e simpatizantes de um Partido que pretende mobilizado para os “próximos grandes combates” no cenário político-partidário.
Apoio total a Alegre para derrubar estratégia da direita
E o Largo da Pontinha -onde deixou ainda uma mensagem ao Governo no sentido de garantir estabilidade à escola pública-, foi o local escolhido para Miguel Freitas revelar o tom e as ‘armas’ com que o Partido irá travar os referidos confrontos políticos, ao virar o discurso contra a oposição, tendo responsabilizado os partidos à direita e à esquerda do PS, de promoverem a instabilidade e fomentarem a ameaça de uma crise política.
“Temos uma oposição absolutamente radicalizada, a pensar apenas nas suas próprias posições, à direita e à esquerda do PS. Estão numa correria e a vigiar-se uns aos outros, convencidos que a corrida não terá mais que duas voltas à pista, ou seja, dois anos de legislatura”, ironizou o dirigente socialista, direccionando as criticas sobretudo contra o PSD, partido cuja estratégia “começa a ceder” depois de ter “perdido a noção da realidade”.
“Na revisão constitucional, arrepiou caminho; sobre regionalização, acenou com a região piloto, sem nenhuma convicção; nas SCUT fugiu à responsabilidade, lavando as mãos; sobre o Orçamento, ameaça com a crise”, recordou Miguel Freitas, classificando o referido partido da oposição como “inconsistente, imaturo e pouco corajoso, que quer ser ao mesmo tempo liberal e populista”, enquanto procura condicionar o Presidente da República em matérias como a da revisão constitucional, da politização da justiça e do calendário eleitoral.
“Cavaco Silva demarcou-se, é verdade. Evitou falar de revisão constitucional, ouviu em silêncio o Procurador-Geral da República e alertou para a necessidade de compromissos no Orçamento. Mas e se assim não for? Se não houver Orçamento? O que fará Cavaco? Cederá a Passos Coelho?”, questionou Miguel Freitas, realçando a importância das próximas eleições presidenciais para derrotar a estratégia da direita.
Um “ponto de partida” que marcará o próximo grande combate no Algarve onde, garante, o PS “estará profundamente empenhado” na candidatura de Manuel Alegre, sem monopolização nem ataques aos “que cá estão”, mas mantendo sim a “sobriedade”.
“Manuel Alegre sabe bem o que fazer para congregar vontades. Não deixará a sua candidatura ser contaminada por tricas partidárias, mas saberá colocá-la acima dos partidos, no plano dos princípios democráticos e dos de uma esquerda moderna, virada para o futuro”, acredita o dirigente regional do PS.