segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alicoop: José Vitorino acusou haver "interesses obscuros que querem a falência"





José Vitorino acusou de "haver interesses obscuros que querem a falência; e dos poderes públicos nacionais e regionais serem irresponsáveis por autorizações “selvagens” de grandes superfícies", referindo-se ao problema de falência e encerramento das lojas Alicoop.
Em intervenção feita este fim de semana numa reunião pública sobre o Grupo Alicoop, José Vitorino depois de manifestar solidariedade perante a grave situação, afirmou que pela dimensão empresarial, importância para o Algarve no combate ao desemprego e viabilidade do Grupo, "é revoltante que os poderes públicos e a banca o empurrem para a falência".
E acrescentou, que "a causa profunda é o País estar concentrado no Terreiro do Paço, apenas se entendendo o que se está a passar por razões obscuras, para alimentar muito grandes grupos/empresas ou outros interesses". E rematou com uma pergunta critica: "injectam-se milhões em empresas inviáveis e com negócios fraudulentos e não se apoia o que é viável e permite evitar o agravamento do desemprego no Algarve?".
Num tom ainda mais critico, o presidente da Associação CFC, afirmou que "o destino da economia, emprego e do país apenas assente em algumas grandes empresas será o colapso, como está á vista".
E fez a seguinte constatação: "antes do 25 de Abril havia uma “santa aliança” corporativa entre o poder político e um certo poder económico, enquanto o país minguava; agora, há democracia (que é um bem, mas funciona mal), mas o poder politico está refém do poder económico e outros interesses, com o país a definhar".
Atacou depois a “politica selvagem” de autorização descontrolada de grandes superfícies, acusando o poder do Terreiro do Paço e os poderes públicos do Algarve por "irresponsabilidade nas autorizações de tão grande numero de grandes superfícies, com gravíssimas consequências para as pequenas e médias empresas do comércio, e de que a Alicoop também é vitima".
José Vitorino concluiu, afirmando que pela participação na reunião de entidades públicas, associativas, trabalhadores e fornecedores, o Terreiro do Paço ficou a saber que todo o Algarve está solidário com o Grupo Alicoop.
A reunião decorreu em Silves para encontrar soluções face às dificuldades dos cerca de 500 trabalhadores do Grupo Alicoop, fornecedores e proprietários de lojas ligadas ao Grupo.
O Presidente da CFC foi convidado a participar durante a manhã na preparação do encontro, sendo de referir, conforme os seus Estatutos, que a Associação (CFC), "além de defender Faro, propõe-se acompanhar as grandes questões da realidade algarvia. E é isso o que se tem feito".