domingo, 19 de junho de 2011

Tavira: NA BIBLIOTECA MUNICIPAL FALOU-SE ALCOOLISMO

Por iniciativa do Grupo de Tavira dos Alcoólicos Anónimos – Portugal, teve lugar uma sessão de informação pública sobre a temática do alcoolismo, sessão que teve como convidada a Drª. Ana Jorge.
O relato de casos vividos, de sofrimento por parte do “doente”, da família, do emprego e da recuperação através de “mão amiga, no anonimato”. O percurso doloroso até chegar ai. Autênticos dramas sociais contados pelos próprios “agora livres do vício e com a vida reconstruída”.

O presidente do Grupo, também desenhou o seu percurso do seu sofrimento e da família. “A minha mulher deu-me uma última oportunidade. Agarrei-a. Estes amigos e não os outros, os que davam álcool, ajudaram-me. Não sei como cheguei lá. Sei é que recuperei a minha vida e hoje ninguém me fará ingerir uma gota de álcool”.-

Colocamos algumas questões à Drª.. Ana Jorge, como o aumento do consumo de cerveja, talvez por ser o mais barata, por mulheres. O número crescente de jovens de ambos os sexos, ingerindo cerveja no percurso para os bares nocturnos. Jovens. que talvez não tenham idade permitida por Lei e o que poderia ser feito para evitar isso.
- O álcool é uma droga, como outra qualquer substância, mas possível, com acompanhamento médico e psicológico de encontrar um caminho, como de todos estes testemunhos aqui. O caso das mulheres se sentarem hoje num bar e beberem cerveja é uma questão da sociedade que permite que a mulher o faça sem ser descriminada. Isso leva a que a mulher consuma álcool cada vez em maior quantidade. Sobre os jovens, será uma questão de um melhor controlo por parte dos estabelecimentos, talvez a través da identificação. Realmente os jovens começam a ingerir bebidas com álcool mais cedo.
- O presidente do Grupo disse que numa próxima reunião gostaria de ver a sala cheia com pessoas a dizerem do seu estado, do seu problema. Isso será fácil?
- Não é fácil que as pessoas se apresentem. Terá de ser feito um estudo dentro da comunidade. Uma aproximação. O ponto de encontro é crucial. Pessoas que já passaram por essa situação a darem a mão de forma anónima. Este problema não depende tanto do tratamento médico, mas sim do tratamento psicológico a longo prazo.

Geraldo de Jesus