Dia histórico no 12º aniversário da Cidade. BAIRRO DA LATA DE QUARTEIRA DÁ LUGAR A PARQUE NATURAL NA LIGAÇÃO A VILAMOURA. Novo espaço de lazer pode estar concluído no Verão de 2012.
Realizou-se esta manhã a cerimónia simbólica de remoção do último armazém do antigo Bairro dos Pescadores de Quarteira. Aquele que durante décadas foi considerado como uma “mancha negra” do turismo algarvio, ficou hoje totalmente erradicado e, já no próximo ano, este local irá transformar-se num parque natural para usufruto por parte da população e dos turistas, com espaços verdes, áreas de lazer e recreio e um novo mercado municipal.
Naquele que foi considerado pelos representantes da freguesia e do Concelho como um “dia histórico para Quarteira”, Seruca Emídio, presidente da Câmara Municipal de Loulé, quis mostrar, também de forma simbólica, o seu empenho na eliminação desta bairro que contribuiu para a má reputação da cidade, e ele próprio conduziu a máquina que demoliu a derradeira construção deste local.
“A tentativa de resolver este problema iniciou-se há alguns mandatos atrás. Mas chegou hoje o momento crucial de deitarmos abaixo as últimas construções aqui existentes”, referiu o autarca que sublinhou a dupla importância desta iniciativa. Por um lado, em termos da imagem turística, Seruca Emídio disse tratar-se de “uma zona privilegiada, com uma frente mar extraordinária, que faz a ligação entre Quarteira e Vilamoura, e que em termos de segurança e de imagem, daquilo que pretendíamos vender para o turismo de qualidade, punha em causa tudo o que quiséssemos fazer”.
Do ponto de vista social, o edil falou da “barreira física que existia entre uma interligação harmoniosa entre a cidade de Quarteira e Vilamoura”. “Em termos sociais, sempre foi encarado pela população de Quarteira como um obstáculo de separação entre o turismo de qualidade, para aqueles com melhores condições de vida – Vilamoura – e os pescadores e a população nativa de Quarteira. Agora vai-nos permitir fazer uma ligação harmoniosa entre estas duas zonas e, inclusivamente, transformá-la numa só”, disse ainda.
Neste local marcado negativamente durante décadas, quer do ponto de vista da imagem urbana, quer em termos sociais, irá nascer um parque urbano natural. O projecto assinado pela PROAP, e que está já na sua fase de conclusão, diz respeito a uma área de mais de 17 hectares, onde serão criadas espaços de lazer e recreio, uma zona dunar e com vegetação autóctone e cicloviais. Junto ao Porto de Pesca, irá nascer o novo Mercado Municipal de Quarteira que, segundo o presidente da Autarquia louletana, “vai resolver problemas de condições de funcionamento dos actuais mercados do peixe e da fruta aqui de Quarteira”.
Este equipamento será, de resto, a única construção prevista. Seruca Emídio garantiu que, “a Sul da Vala Real, não irão nascer mais prédios”. “Apenas na parte norte, do domínio privado, é que haverá a possibilidade de construção”, afirmou este responsável.
Em termos de prazos de execução, o presidente da Câmara de Loulé disse que as obras deste parque urbano (à excepção do mercado) poderão arrancar no início do próximo ano. No Verão de 2012 este investimento pode ser mesmo uma realidade. “A parte mais complexa e morosa é a movimentação de terras e modelação das dunas”, explicou o autarca.
Neste momento tão importante para a cidade de Quarteira, Seruca Emídio sublinhou ainda o empenho e colaboração da QUARPESCA, associação dos pescadores, na pessoa do seu presidente, Hélder Rita, que “trabalhou sempre com o objectivo de ajudar a resolver o problema”. Nesse sentido, Seruca Emídio disse que, como contrapartida, a Câmara irá pagar uma parte da renda dos armazéns dentro do Porto de Pesca. “Assim foi possível ajudarmos os pescadores e incentivá-los a passar para dentro do Porto, e desta forma articulada, deitarmos isto tudo abaixo”, concluiu.