sexta-feira, 13 de maio de 2011

Confiança dos consumidores portugueses idêntica à dos romenos

O Cetelem lançou, no dia 9 deste mês, o Barómetro Europeu 2011 do Observador Cetelem, cujas principais conclusões mostram que a percepção dos consumidores em Portugal e na Roménia, relativamente à situação do seu país, é igual. Numa escala de 0 a 10, 2,6 é a nota que ambos os países atribuem à avaliação da sua situação actual, o que revela uma fraca confiança nos seus mercados. Esta é uma das análises do Observador Cetelem que, anualmente, estuda as tendências e comportamentos de consumo na Europa.

O aumento generalizado do desemprego, a crise da dívida do Estado, as tensões sobre o poder de compra e perspectivas económicas incertas, são tudo motivos de inquietação para os consumidores num enquadramento económico difícil. Segundo o Observador Cetelem, o moral dos consumidores foi afectado pela crise financeira que levou ao aumento do desemprego, à excepção da Alemanha. Em consequência desta morosidade Portugal apresenta um saldo negativo entre o consumo e a poupança.

«Uma das tendências que o estudo revela é de que em 2011, o número de famílias a quererem reduzir as suas despesas irá diminuir. No entanto, continuaremos a verificar o desejo por parte das famílias de constituir uma poupança de precaução que poderá ser mobilizada em caso de dificuldades financeiras temporárias. As compras privilegiadas pelos portugueses serão: as viagens/lazer e o conforto da casa, os electrodomésticos, o mobiliário, o equipamento TV, hi-fi ou vídeo e as obras em casa, e os telemóveis.», revela Conceição Caldeira Silva, responsável pelo Observador Cetelem em Portugal.
O Observador Cetelem 2011 vem demonstrar que, nestes tempos conturbados, o comportamento do consumidor modificou-se. O tempo de reflexão para efectuar compras importantes pode ser superior a um mês para metade da população. O consumidor leva a cabo uma verdadeira investigação para encontrar a melhor oferta possível e precisa de tempo para decidir. O estudo mostra que em 66% dos casos, os portugueses comparam atentamente os preços e procuram sistematicamente as promoções. São ainda eles os consumidores que mais utilizam os sites de comparação de preços.
A Internet é preferida ao vendedor para obter informações e formar uma opinião. É utilizada por 88% da população portuguesa. Apenas 38% dos portugueses consideram os vendedores competentes e só 21% os consideram “vendedores apaixonados”. Cerca de 75% dos consumidores portugueses pesquisam primeiro na Internet para em seguida efectuar a sua compra na loja.
«Em 2010, o Observador Cetelem mostrou a emergência de um comportamento de consumo mais responsável, com o crescimento acentuado dos produtos biológicos, justos ou em segunda mão. Este ano, decidimos analisar o processo de compra do consumidor, que já não é apenas um especialista, mas que se torna num verdadeiro investigador para se assegurar de que concretiza o melhor negócio possível.» afirma Conceição Caldeira Silva.
Neste contexto, qual é o papel do vendedor? A relação do consumidor com o vendedor terá chegado a uma ruptura? São estas estão as questões que o Observador Cetelem procura responder na sua edição de 2011.
Muito sucintamente, as análises mostram que o comércio electrónico não pôs em causa a existência das lojas, como inicialmente podíamos pensar e, por outro lado, os consumidores continuam a necessitar da presença dos vendedores no ponto de venda. Enquanto existirem lojas, existirão vendedores. Estes deverão, no entanto, adaptar-se às novas exigências de consumidores cada vez mais informados, que precisam de ser surpreendidos. Existem agora novas expectativas: o ponto de venda deve transformar-se num palco de experimentação, com vendedores cada vez mais apaixonados e cada vez mais competentes.
As análises e previsões do Barómetro Europeu 2011 do Observador Cetelem foram efectuadas em Dezembro de 2010, em colaboração com o gabinete de estudos e de consultadoria BIPE. As sondagens aos consumidores foram realizadas com base num inquérito barométrico, realizado através da Internet e aplicado, também, por amostras representativas das populações nacionais (maiores de 18 anos) de treze países: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido, Rússia e Eslováquia. No total foram inquiridos mais de 8.700 europeus, com amostras de pelo menos 500 indivíduos por país.